Empresas

Lucro da Vodafone dispara para 12,3 mil milhões de euros, mas não chega: grupo vai cortar 11 mil empregos

D.R.
D.R.

O grupo Vodafone mais do que quadruplicou o seu lucro anual, mas a administração não ficou satisfeita com o desempenho operacional e anunciou uma “simplificação” da estrutura, com o corte de 11 mil empregos

Lucro da Vodafone dispara para 12,3 mil milhões de euros, mas não chega: grupo vai cortar 11 mil empregos

Miguel Prado

Jornalista

A Vodafone mais do que quadruplicou o seu lucro anual, que no período de 12 meses terminado em março de 2023 ascendeu a 12,33 mil milhões de euros, contra 2,77 mil milhões de euros no ano fiscal anterior.

Em comunicado divulgado ao mercado, o grupo de telecomunicações explica que esse disparo dos resultados esteve associado a um efeito não recorrente, a venda do negócio de torres de telecomunicações Vantage Towers.

No plano operacional o grupo de telecomunicações mostrou-se insatisfeito com os resultados obtidos.

As receitas totais da Vodafone subiram apenas 0,3%, para 45,7 mil milhões de euros e o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) numa base ajustada baixou 1,3%, para 14,66 mil milhões de euros.

Apesar de ter crescido em África, o negócio de serviços na Europa recuou, em especial na Alemanha, em Itália e em Espanha.

“O nosso desempenho não foi suficientemente bom. Para apresentarmos resultados de forma consistente, a Vodafone precisa de mudar”, comentou, em comunicado, a presidente executiva do grupo, Margherita Della Vale.

“As minhas prioridades são os clientes, simplicidade e crescimento”, referiu a gestora, num comunicado onde a Vodafone não esconde que a estratégia implicará cortes de pessoal.

A administração quer simplificar a estrutura do grupo e essa “simplicidade” traduz-se num número: serão eliminados 11 mil postos de trabalho ao longo dos próximos três anos, tanto na sede como nas subsidiárias. O grupo tem atualmente cerca de 100 mil trabalhadores.

Para promover o crescimento, a Vodafone promete um plano de recuperação do seu negócio na Alemanha, mexidas nos preços dos seus serviços e uma “atualização estratégica” em Espanha.

Espanha foi um dos mercados do grupo com pior desempenho operacional no ano fiscal terminado em março, com as receitas de serviços a recuar 5,4% em termos homólogos. Em Itália as receitas baixaram 2,9% e na Alemanha desceram 1,6%.

Recorde-se que o anterior presidente executivo da Vodafone Portugal, Mário Vaz, foi nomeado, com efeitos a partir de 1 de abril de 2023, novo líder da operação da Vodafone em Espanha.

A Vodafone já tinha anunciado ao mercado em janeiro que a operação espanhola passaria a estar integrada numa estrutura do grupo para a Europa, designada Europe Cluster.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas