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CUF recebe mais doentes, sobe receitas e estabiliza lucros em 2022

O Hospital CUF Tejo, em Alcântara, foi inaugurado no final de 2020
O Hospital CUF Tejo, em Alcântara, foi inaugurado no final de 2020
Nuno Fox

Crescimento da capacidade instalada e aumento da procura determinam ano recorde para o grupo hospitalar privado

As receitas da CUF atingiram 636 milhões de euros em 2022, o que corresponde a aumentos de 8,9% e de 28,4% por comparação com os resultados operacionais obtidos pelo grupo hospitalar privado em 2021 e em 2019, respetivamente.

Segundo o comunicado da empresa enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), no ano passado, a CUF registou resultado operacional consolidado (EBIT) de 57,5 milhões de euros, mais 16% face 2021 e 2019, “o que se reflete numa margem de EBIT de 9%”.

Por sua vez, o Grupo CUF estabilizou nos lucros com um resultado líquido consolidado de 34,5 milhões de euros, em linha com o registado em 2021 e que se traduz “num resultado líquido, sobre as vendas, de 5,4%”. Note-se que, em 2020, fruto do forte impacto da pandemia de covid-19 no desempenho da empresa de hospitais e de clínicas privadas, a CUF teve prejuízos de 23,8 milhões de euros, quando em 2019 tinha obtido lucros de 29 milhões de euros.

O rácio de dívida financeira líquida sobre o resultado operacional acrescido de amortizações e depreciações e provisões e perdas por imparidade (EBITDA) reduziu de 5,39 vezes, no final de 2021, para 4,67 vezes.

A recuperação da CUF – note-se que numa entrevista ao Expresso, o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, Óscar Gaspar, revelou que 2022 foi o ano em que saúde privada tratou mais doentes – resulta de um aumento expressivo dos indicadores assistenciais. “O ano de 2022 representou, para o Grupo CUF, uma evolução positiva da atividade assistencial”, reflexo do “aumento da capacidade instalada da sua rede nacional de prestação de cuidados de saúde”. Em 2022, a CUF abriu duas novas unidades de saúde, o Hospital CUF Trindade e a Clínica CUF Montijo, respetivamente, na cidade do Porto e a sul do rio Tejo, numa estratégia de crescimento que continua em 2023 – por exemplo, em finais de março, a CUF teve luz verde da Autoridade da Concorrência para comprar o Hospital Internacional dos Açores, localizado no município de Lagoa, em São Miguel.

O investimento na expansão do grupo, em inovação e investigação ascendeu a 58,3 milhões de euros.

O aumento da oferta de cuidados de saúde da CUF permitiu dar resposta a mais de 1,1 milhões de clientes, através de 2,5 milhões de consultas, 1,3 milhões de exames de imagiologia, 45 mil teleconsultas, 58 mil cirurgias e 409 mil episódios de urgência. “Acresce, ainda, que por via dos canais digitais, foi garantida resposta a mais de 60 mil avaliações através do Avaliador de Sintomas My CUF”, faz notar ainda o comunicado à CMVM.

É dado destaque aos serviços de urgências, “que aumentaram em 44,9% relativamente a 2021, e em 11,6% face a 2019”. Por seu turno, as consultas e cirurgias tiveram um crescimento, face a 2021, de 7,4% e 8,3%, respetivamente. Também os partos “voltaram a registar uma evolução positiva, tendo ficado 3,2% acima dos realizados em 2021”.

A CUF sinaliza ainda que “como forma de reconhecer a importância do esforço e dedicação dos seus colaboradores, a par da necessidade de garantir uma resposta às consequências da inflação e aumentos regulares das taxas de juro” atribuiu aos trabalhadores, no final de 2022, “um prémio ocasional extraordinário, no valor global de 2,3 milhões de euros, a que acresceu um prémio atribuído, a meio do ano, de 6,4 milhões de euros, perfazendo uma atribuição extraordinária de 8,7 milhões de euros”.

É ainda referido que a valorização dos vencimentos dos colaboradores da CUF corresponde, em 2023, a um crescimento da massa salarial de 8,9%.

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