O grupo japonês SoftBank decidiu vender quase todas as suas ações na Alibaba, limitando a sua exposição à China e angariando dinheiro numa altura em que a desaceleração do mercado afeta o valor dos seus investimentos em tecnologia, escreve o “Financial Times”.
O grupo liderado pelo bilionário Masayoshi Son vendeu cerca de 7,2 mil milhões de dólares (cerca de 6,6 mil milhões de euros ao câmbio atual) em ações da Alibaba este ano, após uma venda recorde de 29 mil milhões de dólares (26,4 mil milhões de euros) em 2022. Só em fevereiro o grupo vendeu 4,5 mil milhões de dólares (4,1 mil milhões de euros) em ações.
Assim, o SoftBank ficará com uma participação de apenas 3,8% no gigante do comércio eletrónico chinês.
Os contratos de venda permitem ao SoftBank recomprar as ações, mas o grupo fechou os acordos anteriores sem exercer a opção de recompra das suas ações. O investidor japonês já chegou a ter 34% da Alibaba.
Com o desinvestimento do grupo japonês, a Alibaba diz ‘adeus’ a um dos seus investidores mais antigos, numa altura em que se está a tentar reinventar tentando dividir-se em seis entidades.
A venda das ações por parte do grupo SoftBank, ocorreu quando o valor de cada ação do grupo chinês atingiu um mínimo de seis anos.
Nos últimos 14 meses, o SoftBank arrecadou, em média, 92 dólares (84 euros) com a venda de cada ação, longe dos 317 dólares (289,3 euros) conseguidos anteriormente, nota o jornal.
O grupo japonês disse que as transações da Alibaba refletem a sua mudança para “um modo defensivo” para lidar com um ambiente de negócios mais incerto. “Estamos a reforçar a nossa estabilidade financeira aumentando a nossa liquidez disponível”, afirmou, citado pelo “Financial Times”.
Alguns analistas consultados pelo jornal indicaram que poderá ser um movimento para fortalecer as finanças do grupo, uma vez que se espera um segundo ano consecutivo de perdas expressivas.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: piquete@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes