A EY, uma das grandes quatro empresas globais (big four) de contabilidade, suspendeu os planos de dividir os seus negócios de auditoria e consultoria após meses de desacordo interno e oposição de executivos nos Estados Unidos da América (EUA), escreve o “Financial Times”.
O plano, se fosse para a frente, seria uma das maiores reviravoltas no setor da contabilidade em mais de 20 anos.
Segundo o jornal, a equipa que desenhou o plano enviou na terça-feira uma nota onde indicava que iria procurar um novo acordo.
“Fomos informados de que o comité executivo dos EUA decidiu não avançar com o projeto. Dada a importância estratégica da filial norte-americana, estamos a interromper os trabalhos no projeto”, lê-se na nota. Contudo, a equipa continua empenhada em “criar duas organizações”.
A EY opera como uma rede global de filiais e qualquer divisão precisa de ser aprovada país a país. Julie Boland, que dirige a empresa americana, colocou em dúvida o futuro do projeto no mês passado.
O debate sobre a divisão do negócio iniciou-se em 2021, quando as empresas de consultoria estavam a experienciar um crescimento histórico devido a uma explosão de projetos graças à pandemia. No entanto, as avaliações das empresas de consultoria caíram desde então e os custos da dívida aumentaram.
De acordo com o “Financial Times”, a EY gastou centenas de milhões de dólares neste projeto, com mais de 2000 funcionários envolvidos no planeamento. Agora, o seu colapso levanta questões sobre o futuro do atual presidente executivo global, Carmine Di Sibio - que ficou ao comando da empresa com a condição de depois ficar apenas na área de auditoria.
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