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Mário Vaz vai liderar a Vodafone Espanha e cede a presidência da operação portuguesa a Luís Lopes

Mário Vaz, presidente-executivo da Vodafone Portugal deixa a liderança a Luís Lopes
Mário Vaz, presidente-executivo da Vodafone Portugal deixa a liderança a Luís Lopes
Alberto Frias

Ao fim de dez anos, Mário Vaz deixa a liderança da Vodafone Portugal e prossegue a sua carreira como presidente executivo da Vodafone Espanha. Para substituí-lo vem da operação britânica Luís Lopes

A Vodafone Portugal anunciou esta quarta-feira, em comunicado, que, a partir de 1 de abril de 2023, o seu novo presidente executivo (CEO) será Luís Lopes, ocupando o lugar que durante a última década era de Mário Vaz. Luís Lopes um homem do setor e da casa. Entrou no grupo Vodafone em 2014. Tinha então na bagagem um percurso na Portugal Telecom, nomeadamente na televisão por cabo, a então Zon.

Mário Vaz esteve na Vodafone Portugal desde a primeira hora, tendo cumprido no ano passado 30 anos na empresa. Acompanhou o lançamento da operadora que nasceu como Telecel, a liberalização do setor, e teve de enfrentar em 2022 um duro ataque informático. Vai substituir na Vodafone Espanha Colman Deegan, que resignou ao cargo em janeiro de 2023.

Luís Lopes tem 50 anos, e é licenciado em Engenharia Física pelo Instituto Superior Técnico. Iniciou a sua carreira profissional na Procter & Gamble e na McKinsey & Company. Em 2004 juntou-se à Portugal Telecom, onde desempenhou cargos de administração. Em 2006 integrou a comissão executiva da PT Comunicações.

O novo presidente da Vodafone saiu da PT para a NOS, quando esta passou a deter o controlo da televisão por cabo. Em 2014 juntou-se ao Grupo Vodafone, e foi para a casa mãe no Reino Unido, onde, refere a Vodafone em comunicado, desempenhou várias funções: diretor para a área da rede fixa e convergência, diretor para a área comercial na Europa. Nesta últimas funções tinha o mercado português. Recentemente, foi nomeado diretor para a área de fibra e parcerias na Vodafone Alemanha.

Luís Lopes diz-se honrado com o convite e elogia o legado dos meus antecessores que, diz, fizeram "desta operação uma das mais bem-sucedidas e admiradas do Grupo". E acrescenta: "É com entusiasmo e orgulho que substituo o meu colega Mário Vaz, responsável por uma década de reconhecidos resultados na Vodafone Portugal”.

Trinta anos a dar cartas num mercado liberalizado

Mário Vaz presidia a Vodafone Portugal desde 2012, cargo que assumiu para substituir António Coimbra, que tinha deixado então a liderança da operação portuguesa, para ir presidir a Vodafone Espanha. Foram os dois fundadores da Telecel, que teve como primeiro presidente António Carrapatoso. Coube-lhe a missão de dar primeiros passos na liberalização das telecomunicações e a então poderosa Portugal Telecom.

Economista, hoje um histórico gestor de telecomunicação, Mário Vaz foi o presidente que promoveu a entrada da Vodafone, que nasceu como operador móvel, na área da televisão paga.

"A liderança de Mário Vaz ficou marcada, entre outros atingimentos, pelo desafio de transformação de um operador móvel para um operador convergente. A Vodafone tem hoje uma quota de mercado em fibra superior a 20% e de cerca de 19% na TV, de acordo com os últimos números publicados pela Anacom", salienta a operadora. Em 2012, a rede de fibra ótica chegava a 200 mil casas, atualmente está acima dos 4,2 milhões.

A operadora elogia a forma como Mário Vaz lidou com o inesperado ataque informático. "Em fevereiro de 2022, confrontado com um ciberataque, foi publicamente reconhecida a coragem e transparência com que lidou com esse evento sem precedentes no setor", salienta a operadora.

“Tendo feito parte desta empresa desde o primeiro dia da sua presença no mercado até 31 de março de 2023, não há lugar a despedidas ou a sentimentos de saudade. Esta empresa tornou-me na pessoa que sou hoje e determinou de forma irreversível a minha forma de liderança atual e futura. (...) Continuarei a acompanhar de muito perto o vosso percurso com um enorme sentimento de orgulho, com a alma cheia de gratidão, a saudável vaidade de ser um de vós e ter tido o privilégio de vos liderar nos últimos 10 anos.”, afirmou o gestor, numa interna enviada aos trabalhadores.

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