A Sagres dá nome ao Campo Pequeno, mas não patrocina as touradas - E agora, elas vão continuar? Sim, mas serão poucas

As atividades tauromáqiucas estão fora do radar dos patrocínios da marca e há outros eventos que também não serão contemplados
As atividades tauromáqiucas estão fora do radar dos patrocínios da marca e há outros eventos que também não serão contemplados
O Campo Pequeno sempre acolheu touradas, mas agora passou a chamar-se Sagres Campo Pequeno. Será que o patrocínio de uma marca que não inclui as atividades tauromáquicas na sua estratégia de marketing vai afastar os touros do recinto? A resposta da Sociedade Central de Cervejas não é direta, mas deixa claro que a tauromaquia continua na agenda deste espaço de espetáculos, apesar de estar fora do seu radar comercial.
“Ao assumir o nome do espaço, estamos a apoiar a música e a cultura, dois eixos estratégicos para a Cerveja Sagres”, responde por escrito ao Expresso Maria Oliveira, diretora de marketing da Sociedade Central de Cervejas.
“Sendo a nova designação do espaço - Sagres Campo Pequeno, naturalmente a imagem não desaparece (nos dias das touradas), no entanto, a Cerveja Sagres não fará ativação de eventos sem ligação aos seus eixos estratégicos já referidos. Falamos tanto de atividades taurinas como de eventos corporativos privados, eventos de cariz político-partidário, infantis, religiosos, etc.”, acrescenta.
Na decisão de dar o nome ao espaço, a Sociedade Central de Cervejas pesou o facto de este ser “provavelmente o espaço mais carismático e icónico da cidade de Lisboa e um dos mais emblemáticos do País”. E ao associar a Cerveja Sagres ao nome do Campo Pequeno “não pretende substituir o legado nem a história deste edifício”, explica
Assim, diz Maria Oliveira, “A Cerveja Sagres ao assumir o naming do Campo Pequeno está a assumir um papel ativo na promoção dos artistas e espetáculos, da música e da cultura ao mesmo tempo que se torna parceira de uma ambição e visão renovadas para o Campo Pequeno, que, pela mão do seu gestor (Álvaro Covões), pretende revitalizar e trazer maior dinamismo a este espaço e a toda a zona envolvente ao longo de todo o ano”.
Certo é que os espetáculos tauromáquicos serão uma pequena percentagem no número total de eventos do recinto. “Bem menos de 10%”, afirma Álvaro Covões, fundador da Evertything News e responsável pela gestão de um espaço “maioritariamente dedicado à música e eventos”.
Para ele, o aspeto mais importante desta parceria é ver a sociedade civil “a cumprir o papel do Estado e a garantir oferta cultural, a exemplo do que já acontece noutros recintos do país”. Quanto aos espetáculos tauromáquicos, nota que “o edifício foi construído com essa finalidade e há obrigações contratuais nesse sentido que serão cumpridas”.
Sublinhando que o seu papel é de gestão e não de promoção de eventos, apesar de ter uma empresa que também organiza eventos e pode ser cliente do espaço, o empresário defende a visão do Campo Pequeno como “uma sala aberta”. Admite, no entanto, que do ponto de vista de gestão do espaço, “os espetáculos tauromáquicos já foram reduzidos a 4 por ano”.
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