Economia

Empresas de mulheres gestoras brilham na bolsa francesa

4 março 2009 17:42

LC

Um estudo revela que a gestão feminina nas empresas francesas tem resistido mais à crise. Serão as mulheres maiores gestoras?  

4 março 2009 17:42

LC

É esta a questão que coloca Michael Ferrary, professora de gestão da Ceram Business School, num artigo do Financial Times. Segundo uma pesquisa da investigadora, que incidiu sobre as empresas do índice francês CAC 40 - foi nas companhias com mais mulheres na gestão, que se registaram as menores perdas accionistas em 2008.

No ano passado, a Hermés foi a única grande empresa, cujo valor das acções aumentou (16,8%) e trata-se precisamente do segundo grupo com mais mulheres à frente da gestão (55%).

A correlação destas duas variáveis não fica por aqui. Noutras empresas com larga feminização da gestão, como a Sanofi - que regista 44,8% de gestoras - o preço das acções recuou apenas 27,3%. Também a Danone, que conta com 38% de gestão feminina, registou uma quebra do valor das acções inferior a 42%.

Contrariamente, foram as empresas com maior gestão masculina que recuaram mais do que o índice CAC 40. Por exemplo, a Alcatel-Lucent, com apenas 8,6% de gestoras, assistiu a um decréscimo de 69,3%, a Renault (21,7% de gestoras) registou uma desvalorização de 81,3% ou ainda a Arcelor Mittal (12,3% de gestoras) que obteve uma quebra de 67,5%.

No sector financeiro, o BNP Paribas tem mostrado resiliência à crise. Em 2008, o valor das acções caiu apenas 39% e os quadros da empresa contam com 38,7% de gestoras mulheres. Em comparação, as acções do Credit Agricole derraparam mais de 62,2% enquanto têm apenas 16% de mulheres na gestão.

Posto isto a pergunta é inevitável : Serão as mulheres melhores gestores? Em tempos de crise e de grande incerteza como a que se vive nos mercados, uma empresa liderada por mulheres parece pelo menos correr menos riscos. Vários estudos de género revelam que as mulheres são mais avessas ao risco e colocam maior enfoque na perspectiva a longo prazo. Assim, uma empresa com mais gestoras poderá no mínimo contrabalançar a postura de risco da ala masculina - conclui Michael Ferrary.