
Em Portugal, perda de emprego entre trabalhadores de indústrias poluentes pode reduzir até 68% o seu rendimento anual, diz a OCDE
Em Portugal, perda de emprego entre trabalhadores de indústrias poluentes pode reduzir até 68% o seu rendimento anual, diz a OCDE
Jornalista
A transição para a neutralidade carbónica é essencial para combater as alterações climáticas, mas terá efeitos significativos no mercado de trabalho global. O alerta vem da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE), que antecipa que nos próximos anos mais de 25% dos empregos mundiais sejam impactados pela transformação em curso. Alcançar o equilíbrio na emissão de gases com efeito de estufa implica uma adaptação significativa das economias mundiais, com forte impacto social. Muito além do sector energético, milhares de profissões em todas as áreas de atividade serão impactadas, com o despedimento de profissionais em sectores com elevada emissão de gases poluentes. O relatório anual “Employment Outlook”, da OCDE, conhecido esta semana, estima que entre 2019 e 2030, o emprego nestes sectores cairá a um ritmo de mais de 2% ao ano. Em Portugal, 19% dos trabalhadores exercem funções que poderão beneficiar da transição energética, ligeiramente abaixo da média da OCDE (20%). Ainda assim, o país está entre os que mais pode sofrer financeiramente com esta reconfiguração do emprego. No país, um trabalhador de uma indústria poluente que fique sem emprego poderá perder, em média, 68% do seu rendimento anual. Muito acima dos 38% estimados na média da OCDE.
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