5 novembro 2014 10:16

O Eurostat considera que uma pessoa está em risco de pobreza quando o rendimento disponível é 60% inferior ao rendimento médio nacional, depois de contabilizadas as transferências sociais
tiago miranda
Um em cada quatro europeus vive em risco de pobreza ou exclusão social. Em Portugal, a percentagem é mais elevada, diz o Eurostat.
5 novembro 2014 10:16
O risco de pobreza ou exclusão social em Portugal afecta 27,4% da população e aumentou 1,4% entre 2008 e 2013, indicam as estatísticas do Eurostat.
Os números do gabinete de estatística europeu sobre o risco de pobreza e exclusão social divulgados na terça-feira mostram, também, que o problema em Portugal é mais grave do que no conjunto Europa a 28, uma vez que a percentagem de 27,4% relativa à população portuguesa compara com os 24,5% da Europa.
Portugal tinha, no ano passado, 2,88 milhões de pessoas nesta situação entre 122,6 milhões de europeus.
Entre os Estados-membros da União Europeia apenas cinco viram diminuir as respetivas percentagens: República Checa, Áustria, Polónia, Roménia e Eslováquia. A Bulgária é o país que apresenta a percentagem mais elevada, atingindo os 48%.
A análise do Eurostat destaca que a percentagem de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social na UE28 caiu ligeiramente em 2013 face a 2012 (24,5 contra 24,8%), mas subiu face aos 23,8% registados em 2008.
O Eurostat considera que uma pessoa está em risco de pobreza quando o rendimento disponível é 60% inferior ao rendimento médio nacional, depois de contabilizadas as transferências sociais.
10,9% severamente privados de alguns bens materiais
A percentagem de pessoas severamente privadas de alguns bens materiais em Portugal também subiu, de 9,7 para 10,9% entre 2008 e 2013, enquanto a média europeia passou de 8,5% para 9,6%.
Este indicador significa que 11 em cada 100 portugueses não cumprem pelo menos quatro dos seguintes critérios: pagar a renda/empréstimo ou contas da luz a tempo, manter a casa adequadamente quente, ter capacidade para enfrentar despesas inesperadas, comer carne, peixe ou uma proteína equivalente a cada dois dias, ter uma semana de férias fora de casa, ter carro, ter máquina de lavar, ter televisão a cores, ter um telefone.