15 novembro 2010 15:32
Com o H2otel a crescer, o grupo IMB compre o Lusitânia Parque na Guarda, ficando proprietário de cinco hotéis na região da Serra da Estrela.
15 novembro 2010 15:32
"Ao contrário do que se esperava deu lucro logo no primeiro ano, o que deve ser caso único no país", nota Luís Veiga, administrador-executivo do grupo Natura IMB Hotels, proprietário do H2otel, adiantando que o 'cash flow' (meios libertos) do complexo em Unhais da Serra atingiu 1,2 milhões de euros logo no ano de estreia.
O H2otel é a 'jóia da coroa' do grupo IMB, que acabou de adquirir o Hotel Lusitânia Parque na Guarda, à família Inocêncio. Ligado ao turismo há 20 anos, com o Clube de Campo da Covilhã, o grupo da família de Manuel Brancal fica agora detentor de uma coleção de cinco hotéis, totalizando mil camas. O Hotel Turismo, o Covilhã Parque Hotel e o Hotel Vanguarda completam o portefólio.
"Somos o maior grupo hoteleiro no destino Serra da Estrela e também na região centro", faz notar o administrador da IMB, que espera em 2010 elevar a faturação do grupo a 10 milhões de euros, com o H2otel a contribuir com 50%.
Com o recém-adquirido Lusitânia Parque, o grupo IMB passa a dominar na Guarda, detendo os dois únicos hotéis da cidade. "Com o encerramento do Hotel Turismo, que foi comprado pelo Turismo de Portugal para fazer um hotel-escola, ficámos sozinhos na Guarda", acrescenta Luís Veiga.
"Para quem entra em Portugal por Vilar Formoso, a Guarda é a primeira cidade do interior que os turistas vão visitar". É também um destino interessante pela zona histórica e o património ligado ao judaísmo. "Todas as semanas temos grupos de judeus nos hotéis da Guarda", diz o administrador hoteleiro, referindo que o turismo de judeus oriundos de França, Espanha, Estados Unidos ou mesmo Israel, está a ganhar um peso crescente na Serra da Estrela.
Um bio-hotel na Guarda
A área de congressos também deverá sair fortalecida, para a IMB, com a aquisição do Lusitânia Parque. Integrado numa quinta com produção agrícola, o grupo também planeia remodelar este hotel, transformando-o num bio-hotel. "A ideia é acrescentar à oferta turística alimentos de produção integrada e de agricultura biológica", explica Luís Veiga. "É um conceito que não há ainda em Portugal, mas já tem muita expressão no norte da Europa".
Diferente foi também o conceito lançado no H2otel, que nasceu da compra à câmara municipal da concessão das termas de Unhais da Serra. O hotel foi construído de raiz em cima das termas, integrando um spa médico e uma série de programas de bem-estar. O perfil de clientes são "as classes A e B, o segmento médio-alto". O mercado espanhol tem vindo a crescer, mas as portagens agora cobradas nas ex-SCUT (sem custos para os utilizadores) representam uma machadada.
"É natural que não fiquemos por aqui e que avancemos para novos investimentos na Serra da Estrela", adianta o gestor, que explica que a compra dos hotéis na Guarda já se deveu ao facto de os proprietários "estarem a passar maus bocados".
A IMB, que nasceu ligada ao sector têxtil, quer agora chegar aos oito hotéis na Serra da Estrela. Como frisa o administrador: "Estamos sempre compradores de projetos que possam acrescentar valor ao nosso grupo".
