O vice-presidente da Comissão Europeia, Maros Sefcovic, qualificou o primeiro leilão da plataforma de compras conjuntas de gás natural da União Europeia (UE) como “um sucesso notável”, mas o volume de gás efetivamente fechado através desta primeira licitação ficou aquém do volume da procura que foi inscrito por diversos operadores nessa plataforma.
De acordo com os dados avançados esta terça-feira por Sefcovic, a plataforma atraiu uma procura agregada de 11,6 mil milhões de metros cúbicos (é mais do dobro do consumo anual de gás natural em Portugal). Embora as ofertas dos fornecedores de gás registadas na central de compras tenham ascendido a 13,4 mil milhões de metros cúbicos, o volume de facto “casado” entre procura e oferta foi menor.
Do cruzamento entre oferta e procura feito pela plataforma gerida pela empresa Prisma resultou um casamento de 10,9 mil milhões de metros cúbicos, ligeiramente aquém do total da procura.
O gás natural liquefeito (GNL) representa 20% deste volume e o gás para entrega por gasoduto representa os outros 80%.
Este primeiro leilão assegura fornecimentos em 18 dos 21 pontos virtuais de transação existentes na Europa, com a Comissão Europeia a sublinhar como “particularmente positivo” o casamento entre oferta e procura “nos países mais vulneráveis”.
A Comissão dá o exemplo da Bulgária, onde toda a procura registada na plataforma foi coberta pelas ofertas apresentadas pelos fornecedores. Na Ucrânia aconteceu o mesmo. Na Moldávia, houve uma cobertura de 80% da procura.
O vice-presidente Maros Sefcovic sublinhou que “a procura por esta plataforma claramente mostra que este instrumento é bom”.
O mesmo responsável acrescentou que Bruxelas irá agora avaliar esta primeira experiência de forma a melhorar as próximas licitações. “Veremos o que está a funcionar bem e o que pode ser melhorado”, declarou Sefcovic, em conferência de imprensa.
Na nova plataforma de compras conjuntas estão registadas empresas portuguesas, mas as regras não obrigam a que participem nos leilões. Questionada sobre se houve participações nacionais e se estas foram correspondidas do lado da oferta, a Comissão Europeia não avançou informação, indicando que não pode revelar se participaram ou não.
"Estamos a falar de negociações comerciais sensíveis e, por essa razão, não publicamos a lista de empresas, nem do lado da procura, nem do lado da oferta", justificou o porta-voz com a pasta da Energia.
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