A Galp e a TES, empresa de Singapura especializada em reciclagem de baterias, celebraram um memorando de entendimento para estudar o desenvolvimento de um negócio de reciclagem de baterias na Península Ibérica, revelou a Galp em comunicado esta quinta-feira.
O memorando prevê que as duas empresas dêem os “passos necessários no estudo de viabilidade das operações de reciclagem de baterias de iões de lítio – que podem envolver processos químicos e mecânicos – na Península Ibérica”.
“A Galp e a TES vão sondar e envolver neste projeto os produtores de baterias, fabricantes de automóveis, proprietários de frotas de veículos elétricos e outras atividades que possam ser fonte de abastecimento de matéria-prima ou de baterias em fim de vida”, refere o comunicado do grupo português.
As duas empresas, acrescenta o comunicado, “irão igualmente realizar estudos de engenharia com o objetivo de conceber um processo de conversão da matéria-prima em produto reciclado que seja competitivo e sustentável, e que cumpra os requisitos dos clientes”.
A TES está envolvida na gestão do ciclo de vida das baterias, incluindo as dos automóveis elétricos, e já opera instalações de reciclagem na Europa e no Sudeste Asiático.
“As baterias de iões de lítio são vitais para a eletrificação da mobilidade, para a penetração das energias renováveis nos sistemas elétricos e para uma vasta gama de aplicações. Temos de garantir a disponibilidade a longo prazo dos principais materiais das baterias e, para isso, a circularidade é essencial”, afirma Georgios Papadimitriou, responsável da área de renováveis e novos negócios da Galp.
“A reciclagem desempenhará um papel fundamental na sustentabilidade da cadeia de valor das baterias no futuro e isso só acontecerá se colocarmos as competências e conhecimentos necessários a funcionar no presente. É isso que a Galp e a TES estão a fazer”, acrescentou.
Recorde-se que a Galp já tem uma parceria com a sueca Northvolt, através da Aurora Lithium, para investir na refinação de lítio em Portugal, em instalações que serão construídas em Setúbal, se a decisão final de investimento (a tomar no início do próximo ano) for favorável ao avanço deste projeto.
Em entrevista ao Expresso, o cofundador da Northvolt, Paolo Cerruti, já havia defendido o interesse do projeto da Aurora em Portugal, realçando o potencial que esse investimento tem para no futuro vir a trabalhar com materiais reciclados, e enfatizando a oportunidade de negócio da reciclagem na cadeia de valor das baterias.
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