A ExxonMobil antevê que os seus investimentos em energias como os biocombustíveis e o hidrogénio possam gerar milhares de milhões de dólares em receitas no espaço de dez anos, de acordo com as perspetivas da energética norte-americana.
Segundo o Financial Times, Dan Ammann, presidente do segmento de soluções de baixo carbono da ExxonMobil, disse que estas energias podem valer “centenas de milhares de milhões de dólares”, ultrapassando a rendibilidade do negócio dos combustíveis fósseis. O objetivo é que superem um dia os combustíveis fósseis em lucros.
É um segmento que está a ganhar “impulso”, disse, mesmo numa altura em que as petrolíferas registam lucros recorde com o encarecimento do petróleo e do gás nos mercados internacionais, incentivando mais investimentos nesta área.
A ExxonMobil prevê investir 17 mil milhões de dólares em energias com baixo impacto carbónico até 2027. A grande maioria dos projetos localiza-se nos Estados Unidos da América (EUA), para beneficiar dos apoios estatais do Inflation Reduction Act (IRA), segundo o responsável.
Tudo depende de viabilizar a produção destas novas fontes de energia e torná-las rentáveis, diminuindo custos de produção. “Para que a transição energética possa ser bem sucedida, é preciso que se torne economicamente viável e é uma grande parte do nosso trabalho e da construção deste negócio”, disse Ammann ao jornal.
Os subsídios dos estados, como os dos EUA através do IRA, ou ajustes fiscais como impostos no carbono, ajudarão no propósito de incentivar as empresas rumo à descarbonização, disse o mesmo responsável ao jornal, criticando o programa de apoios europeu por obrigar as empresas a descarbonizar.
Porém, os 17 mil milhões de dólares em investimento em projetos de captura de carbono ou de hidrogénio - com a empresa a admitir que possam começar a gerar receitas já em 2025 - representam apenas 10% do investimento total no segmento de combustíveis fósseis previsto pela ExxonMobil até 2027, recorda o jornal britânico.
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