Energia

Barril de Brent poderá chegar aos 95 dólares em dezembro, prevê Goldman Sachs

Barril de Brent poderá chegar aos 95 dólares em dezembro, prevê Goldman Sachs
Maksim Safaniuk/getty images

Em dezembro o barril de Brent, a referência para o mercado europeu, deverá custar 95 dólares, mais 5 face à previsão anterior, em grande parte devido aos cortes na produção anunciados no domingo pela OPEP+, antecipa o banco Goldman Sachs

Um dia depois do anúncio de cortes na produção pelos grandes produtores globais de petróleo, o banco Goldman Sachs reviu em alta a sua previsão para o preço do barril de Brent no fim do ano, antecipando agora que custe 95 dólares em dezembro, mais 5 dólares face à anterior previsão; e que a produção diária se reduza em 1,1 milhões de barris por dia nessa altura.

Segundo os analistas da casa de investimento norte-americana, o anúncio de domingo dos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) de cortes na ordem do milhão de barris por dia, a começar em maio e a prolongarem-se até ao final do ano, irá proporcionar “um aumento de 7% nos preços do petróleo”, que “mais do que compensará a queda de 2,25% nos volumes vendidos”, estima, o que irá aumentar as receitas líquidas dos países do cartel.

Os cortes anunciados no domingo refletem “a nova doutrina da OPEP+ de agir de forma preventiva, já que o podem fazer sem incorrerem em perdas significativas na quota de mercado”, consideram os analistas.

Para a decisão do cartel poderá ter contribuído a libertação de reservas estratégicas de petróleo por parte dos EUA, num total de 26 milhões de barris adicionais, e de França; e a “recusa dos EUA de reabastecer as reservas estratégicas de crude no ano fiscal de 2023”, acrescentam os analistas.

“Com base nestas notícias, revemos em baixa a nossa previsão de produção da OPEP+ para o final de 2023 em 1,1 milhões de barris por dia. Com base na implementação gradual, mas na prática total, dos cortes de outubro de 2022, presumimos que todos os países participantes implementem na totalidade os cortes anunciados do verão em diante, à exceção do Iraque e do Cazaquistão”, detalham os especialistas do Goldman Sachs.

Relativamente à produção russa, os analistas mantiveram a previsão de um corte de 500 mil barris por dia face à produção de fevereiro deste ano. Estes cortes significam, de acordo com os cálculos do Goldman Sachs, uma subida de 7 dólares no preço do barril de Brent em dezembro de 2023

“Noutra direção, a libertação de 10,6 milhões de barris de reservas estratégias de petróleo por França (devido às greves) e a adicional, e modesta, revisão em baixa da procura global de petróleo de 0,1 milhões de barris por dia (refletindo em parte a nossa revisão em baixa do PIB da zona euro devido à contração do crédito) valem ambas menos 2 dólares por barril no Brent de dezembro de 2023”, ressalvam. O que perfaz a previsão de mais 5 dólares por barril de Brent no final do ano para os 95 dólares face à anterior previsão.

Os analistas preveem também que o barril de Brent custe 100 dólares em dezembro de 2024, face aos 97 dólares previstos anteriormente.

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