Energia

EDP Renováveis lucrou 671 milhões de euros em 2022

Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP.
Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP.
Nuno Botelho

As receitas da EDP Renováveis em 2022 cresceram 35%, para 2,37 mil milhões de euros, enquanto o resultado líquido recorrente melhorou 2%, para 671 milhões. Empresa anuncia nova forma de remuneração aos acionistas

A EDP Renováveis fechou 2022 com um lucro de 671 milhões de euros, ligeiramente acima dos 655 milhões de euros de resultado líquido recorrente do ano anterior, informou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Incluindo fatores não recorrentes, o resultado líquido de 2022 ascendeu a 817 milhões de euros, batendo por 1% o resultado obtido ano anterior.

A EDP Renováveis beneficiou em 2022 de um crescimento de 35% nas receitas, para 2,37 mil milhões de euros. O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 23%, para 2,16 mil milhões de euros.

A melhoria do desempenho no ano passado ficou a dever-se a uma conjunção de subida de 10% no volume de eletricidade produzida (com mais capacidade instalada) e de um aumento de 21% no preço médio de venda da eletricidade.

Apesar desta melhoria de dois dígitos em termos operacionais, a empresa acabou por ser penalizada por um agravamento de 81% nos resultados financeiros, quer por via de um maior encargo com juros, quer por diferenças cambiais desfavoráveis.

No ano passado o investimento líquido da empresa subiu 86%, para 3,18 mil milhões de euros, ao passo que a dívida líquida passou de 2,9 para 4,9 mil milhões de euros. O rácio dívida líquida / EBITDA subiu de 1,7 para 2,3 vezes.

Nova remuneração acionista

A acompanhar a comunicação de resultados anuais a EDP Renováveis anunciou também uma nova política de dividendos para remunerar os seus acionistas. Em vez da tradicional distribuição de dividendos, a empresa propõe a partir de agora remunerar os acionistas mediante a emissão e distribuição de novas ações.

“Para o ano de 2022, o conselho de administração da EDPR decidiu propor uma mudança na sua política de dividendos, introduzindo um novo programa de scrip dividend [uma remuneração flexível, sob a forma de direitos sobre ações] que irá providenciar opcionalidade adicional de remuneração aos acionistas da EDPR”, pode ler-se no comunicado de resultados.

Com esta alteração, a EDP Renováveis ajusta também para 30% a 50% o rácio de payout (proporção dos lucros a distribuir aos acionistas sob a forma de dividendos). No ano passado, o dividendo proposto correspondeu a um payout de pouco mais de 13%.

Com esta alteração a EDP Renováveis sustenta que a distribuição de dividendos fica mais alinhada “com empresas comparáveis do sector das renováveis”.

A nova remuneração deverá este ano entregar aos acionistas um máximo de 275 milhões de euros (cerca de 40% do lucro do ano passado), sob a forma de novas ações.

No novo programa de dividendo flexível, explica a empresa, “os acionistas poderão eleger entre receber as novas ações, vender os direitos de incorporação à EDPR a um preço fixo, ou vender os direitos de incorporação no mercado da Euronext ao preço de mercado”.

“Esta proposta será levada a aprovação na assembleia geral ordinária de 4 de abril de 2023”, refere a EDP Renováveis.

A EDP, que detém 74,98% da EDP Renováveis, já comunicou à CMVM que pretende ficar com novas ações da empresa ao abrigo do novo modelo de remuneração acionista.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mprado@expresso.impresa.pt

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