A EDP Renováveis fechou 2022 com um lucro de 671 milhões de euros, ligeiramente acima dos 655 milhões de euros de resultado líquido recorrente do ano anterior, informou a empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Incluindo fatores não recorrentes, o resultado líquido de 2022 ascendeu a 817 milhões de euros, batendo por 1% o resultado obtido ano anterior.
A EDP Renováveis beneficiou em 2022 de um crescimento de 35% nas receitas, para 2,37 mil milhões de euros. O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) subiu 23%, para 2,16 mil milhões de euros.
A melhoria do desempenho no ano passado ficou a dever-se a uma conjunção de subida de 10% no volume de eletricidade produzida (com mais capacidade instalada) e de um aumento de 21% no preço médio de venda da eletricidade.
Apesar desta melhoria de dois dígitos em termos operacionais, a empresa acabou por ser penalizada por um agravamento de 81% nos resultados financeiros, quer por via de um maior encargo com juros, quer por diferenças cambiais desfavoráveis.
No ano passado o investimento líquido da empresa subiu 86%, para 3,18 mil milhões de euros, ao passo que a dívida líquida passou de 2,9 para 4,9 mil milhões de euros. O rácio dívida líquida / EBITDA subiu de 1,7 para 2,3 vezes.
Nova remuneração acionista
A acompanhar a comunicação de resultados anuais a EDP Renováveis anunciou também uma nova política de dividendos para remunerar os seus acionistas. Em vez da tradicional distribuição de dividendos, a empresa propõe a partir de agora remunerar os acionistas mediante a emissão e distribuição de novas ações.
“Para o ano de 2022, o conselho de administração da EDPR decidiu propor uma mudança na sua política de dividendos, introduzindo um novo programa de scrip dividend [uma remuneração flexível, sob a forma de direitos sobre ações] que irá providenciar opcionalidade adicional de remuneração aos acionistas da EDPR”, pode ler-se no comunicado de resultados.
Com esta alteração, a EDP Renováveis ajusta também para 30% a 50% o rácio de payout (proporção dos lucros a distribuir aos acionistas sob a forma de dividendos). No ano passado, o dividendo proposto correspondeu a um payout de pouco mais de 13%.
Com esta alteração a EDP Renováveis sustenta que a distribuição de dividendos fica mais alinhada “com empresas comparáveis do sector das renováveis”.
A nova remuneração deverá este ano entregar aos acionistas um máximo de 275 milhões de euros (cerca de 40% do lucro do ano passado), sob a forma de novas ações.
No novo programa de dividendo flexível, explica a empresa, “os acionistas poderão eleger entre receber as novas ações, vender os direitos de incorporação à EDPR a um preço fixo, ou vender os direitos de incorporação no mercado da Euronext ao preço de mercado”.
“Esta proposta será levada a aprovação na assembleia geral ordinária de 4 de abril de 2023”, refere a EDP Renováveis.
A EDP, que detém 74,98% da EDP Renováveis, já comunicou à CMVM que pretende ficar com novas ações da empresa ao abrigo do novo modelo de remuneração acionista.
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