O sistema elétrico nacional vai ter este ano a primeira simulação de uma situação de emergência, para verificar a capacidade de resposta dos diversos intervenientes com responsabilidades na gestão da rede. Esse tipo de testes passou a ser uma obrigação periódica decorrente das regras europeias aprovadas em 2019 para preparar os sistemas elétricos comunitários para uma melhor gestão de riscos.
Na revisão do plano de preparação para riscos (PPR) no setor da eletricidade, publicada esta segunda-feira, a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) revela que “o primeiro teste de emergência tendo em vista verificar a eficácia dos procedimentos desenvolvidos no PPR português será levado a cabo em 2023”.
Esse teste, coordenado pela DGEG, abrangerá medidas de âmbito nacional e regional (articulação com Espanha), e deverá simular situações de risco identificadas como potencialmente problemáticas para a segurança do sistema elétrico nacional.
A DGEG indica que “no final de cada teste de emergência será elaborado um relatório identificando as forças e fraquezas do exercício, as dificuldades sentidas e oportunidades de melhoria”, para incorporar na revisão seguinte do plano.
O teste deste ano será o primeiro, mas outros se seguirão, já que o regulamento europeu aprovado em 2019 estipula que deve haver pelo menos um teste de emergência entre as atualizações dos planos de preparação para riscos (que são atualizados a cada quatro anos).
Após atualizarem os respetivos planos de riscos do sistema elétrico, os Estados-membros têm um prazo de dois anos para realizar o teste de emergência.
Este teste servirá para avaliar se o protocolo de comunicação entre os diferentes intervenientes em situações de emergência é bem aplicado, e se os operadores da rede elétrica conseguem identificar os fatores críticos a controlar numa situação de crise, por exemplo.
O PPR, de resto, já aponta os procedimentos a seguir nestas situações, e, replicando o que já está regulamentado no setor elétrico, define quais as respostas a dar numa situação de constrangimentos na rede.
No caso português, a DGEG e a REN (enquanto gestora da rede elétrica) identificaram vários cenários de crise para o sistema elétrico, que vão de uma falha no terminal de gás natural liquefeito de Sines (já que é a principal via de importação de gás para abastecer as centrais de ciclo combinado) até a uma falha prolongada no aprovisionamento de gás, passando por tempestades severas, grandes incêndios nas regiões Centro e Norte, ciberataques, entre outros.
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