Ações

Ações: as mais e as menos recomendadas

24 agosto 2010 9:40

Nuno Alexandre Silva (www.expresso.pt)

Saiba quais são as empresas preferidas pelos intermediários financeiros para comprar e aquelas que devem ser excluídas da sua carteira, entre as ações das principais bolsas mundiais. Clique para visitar o canal Dinheiro

24 agosto 2010 9:40

Nuno Alexandre Silva (www.expresso.pt)

Para os analistas que acompanham o mercado de ações, são mais fáceis de atribuir as recomendações de compra do que indicar os títulos que devem ser vendidos e expulsos das carteiras de investimento. No entanto, os analistas que acompanham os principais mercados acionistas europeus (PSI-20, IBEX 35, CAC 40, BEL 20, AEX, FTSE 100 e DAX) e as 30 empresas do mais antigo índice estado-unidense, o Dow Jones Industrial Average, não têm reservas em indicar o sentido de vida de algumas companhias.

É o caso do espanhol Banco Sabadell, que apesar de ter visto crescer os lucros 22% no primeiro semestre de 2010 face ao período homólogo de 2009, só recolhe a simpatia de 3 analistas contra mais de 23 recomendações de venda dos títulos da instituição financeira sediada em Sabadell. As três notas de análise emitidas em agosto são perentórias quanto à venda das ações do banco do país vizinho que é a ação mais consensual de venda entre os cerca de 280 títulos dos principais índices bolsistas.

Carlos Peixoto do BPI Equity Research reduziu mesmo a nota da companhia para "vender" indicando que o Sabadell, assim como o Bankinter e o Banco Pastor, tinham sido exceções entre uma banca que viu subir as receitas de comissões. Menos atividade e menores comissões de gestão, são também os argumentos negativos para o Bankinter, banco de Madrid que perdeu 24% dos seus lucros nos primeiros seis meses de 2010 e que "mantém a pior performance no trimestre" no que diz respeito a receitas de juros, de acordo com a mesma nota do BPI.

Mas há mais companhias pouco desejadas pelos "conselheiros" dos departamentos de análise. A londrina Capital Shopping Centres que gere espaços comerciais britânicos e na Califórnia, é apontada para venda por 12 dos 19 analistas que emitiram recomendações nos últimos 12 meses com os intermediários financeiros a indicarem um preço-alvo médio dos títulos que está ao nível da cotação atual. Os primeiros seis meses deste ano trouxeram a duplicação dos lucros e ganhos na melhoria da reputação da ação que viu as seis recomendações emitidas em agosto deste ano dividirem-se entre "vender" e "manter".

No topo das preteridas pelos especialistas dos principais departamentos de análise de ações está também o alemão Commerzbank, com 18 dos 35 analistas a indicarem a venda dos títulos do banco e a ARM Holdings, a ação que mais sobe este ano na bolsa (84%) entre as 500 principais companhias do índice Bloomberg European 500. A empresa que produz processadores e software vale hoje 3,28 libras quando os analistas estimam um preço-alvo médio de 2,94.

As mais consensuais para compra

Só duas ações recolhem a totalidade de recomendações de compra nos índices acima indicados e são portuguesas. Sonae e Sonae Indústria são as preferidas pelas casas de investimento para os ganhos no mercado bolsista.

Numa nota de início de agosto João Flores, analista do Millennium Investment Banking, reduziu o preço-alvo da companhia dos €1,40 para os €1,20, mas manteve a recomendação de compra que é unânime entre os 9 analistas que seguem a companhia liderada por Paulo Azevedo. "Esperamos que a Sonae continue a aumentar a quota de mercado tanto em alimentação e não alimentar", indicava ainda a nota do bcp de 3 de agosto na qual se podia tomar como "positiva" para as ações da Sonae a nova lei do Governo que abre aos hipermercados a possibilidade de funcionamento aos domingos e feriados em horário normal.

Da Sonae Indústria são já antigas as recomendações de compra. A empresa do setor dos aglomerados de madeira conseguiu reduzir os prejuízos em quase 30 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2010 e continua a impressionar os analistas do mercado já que todos os cinco especialistas, compilados pela Bloomberg, recomendam a compra das suas ações. O preço-alvo médio de €3,85 está mesmo mais de 87% acima do valor atual dos títulos da empresa.

Entre as outras ações preferidas pelos analistas estão duas empresas espanholas e um nome bem conhecido e que é forte presença na carteira do investidor mais famoso, Warren Buffett. A Coca-Cola, que já subiu mais de 11% em 2010, continua a fazer furor. São 14 os analistas que recomendam a compra face a apenas 2 que recomendam a manutenção dos títulos em carteira, títulos que podem sair beneficiados da subida de 16% dos lucros do segundo trimestre de 2010, em comparação com período homólogo de 2009.

A Ebro Foods, novo nome após a venda da Puleva Foods por um preço superior ao estimado pelo BPI Equity Research, 630 milhões de euros, tem o mercado do seu lado. A quase totalidade dos 17 analistas que seguem as suas ações recomendam a compra com a última nota do BPI a indicar que continua a ver a Ebro Foods como "uma ação defensiva de qualidade de topo". Além desta espanhola, a companhia de construção e engenharia Técnica Reunidas que mantém cerca de 70% da sua carteira de obras fora de portas, é a quinta carta de um baralho de ações mais consensuais nos índices europeus e norte-americano.