Bolsa e Mercados

Com bolsas no vermelho após recusa da Fed em cortar juros ainda este ano, Suíça aumenta juros em meio ponto percentual

Com bolsas no vermelho após recusa da Fed em cortar juros ainda este ano, Suíça aumenta juros em meio ponto percentual
BRENDAN MCDERMID/Reuters

O índice mundial bolsista caiu 0,7% na quarta-feira. A onda vermelha prossegue esta quinta-feira na Europa. Recusa de Jerome Powell, presidente da Fed, em admitir cortes nos juros ainda este ano enervou os investidores

Os investidores em bolsa zangaram-se com o banco central norte-americano e a praça de Nova Iorque acabou por fechar no vermelho na quarta-feira. A onda negativa prosseguiu esta quinta-feira em Tóquio e na abertura na Europa. Em Lisboa, o PSI cai pelo segundo dia consecutivo.

A Reserva Federal norte-americana (Fed) subiu na quarta-feira os juros moderadamente - apenas 25 pontos-base, como era esperado -, mas o seu presidente, Jerome Powell, recusou descidas da taxa ainda este ano. Esta posição do responsável do banco central vai frontalmente numa direção oposta às expetativas no mercado, que conta que a Fed inicie um processo de descida dos juros já no verão.

Na Suíça, colocando uma pedra sobre a recente crise no Credit Suisse, o banco central helvético decidiu esta quinta-feira aprovar uma subida robusta de 50 pontos-base nos juros, seguindo a linha dura do Banco Central Europeu. A bolsa em Zurique está a cair quase 1%.

Recusa de Powell provoca perdas de 0,7% à escala mundial

Depois de dois dias consecutivos de ganhos nas bolsas à escala mundial, com uma subida de quase 2% no índice mundial MSCI, a onda vermelha voltou a assolar os mercados de ações na quarta-feira e agora na abertura de quinta-feira na Europa.

As declarações do presidente Jerome Powell de que a Fed não prevê quaisquer cortes dos juros este ano irritaram os investidores, que castigaram as bolsas de Nova Iorque com perdas globais perto de 1,7%, segundo o índice MSCI respetivo. Em virtude do peso da praça nova-iorquina na capitalização bolsista global, o índice MSCI mundial perdeu na quarta-feira 0,7%.

A Europa, que fechara quarta-feira com ganhos ligeiros de 0,4%, ainda antes de conhecida a decisão da Reserva Federal, abriu esta quinta-feira no vermelho. As maiores quedas registam-se em Estocolmo e Varsóvia. Na zona euro, a liderança nas perdas ocorre em Bruxelas. O PSI em Lisboa está a perder 0,6% e está no vermelho pelo segundo dia consecutivo.

Os investidores não gostaram, também, de ouvir a secretária do Tesouro norte-americana descartar a possibilidade de estender a todos os depósitos a garantia extraordinária sobre a totalidade dos depósitos que foi dada aos depositantes dos bancos que faliram. O teto de garantia está em 250 mil dólares (face a 100 mil euros na zona euro) e Janett Yellen, perante a subcomissão do Senado para Serviços Financeiros e Governação Geral, afastou a hipótese de tornar geral a exceção aplicada aos bancos que faliram na semana passada.

‘Falcões’ da Suíça sobem juros em 50 pontos-base

Apesar da crise recente com o Credit Suisse e de a inflação prevista para 2023 ser apenas de 2,6%, o Banco Nacional da Suíça, o banco central, decidiu, esta quinta-feira, subir os juros em meio ponto percentual, seguindo a linha dura de aperto monetário do Banco Central Europeu. O juro helvético subiu para 1,5%.

Ao contrário dos suíços, os bancos centrais de Taiwan e da Noruega foram esta quinta-feira mais moderados. O banco da ilha chinesa subiu a taxa em 12,5 pontos-base, colocando o juro em 1,875%. Em Oslo, o banco central aumentou o juro em 25 pontos-base, seguindo a linha moderada da Fed. A taxa norueguesa está, agora, em 3%.

Os mercados estão na expetativa sobre a decisão que o Banco de Inglaterra vai anunciar ao meio dia desta quinta-feira, depois da surpresa de a inflação no Reino Unido ter subido para 10,4% em fevereiro - acima de 8,5% registados na zona euro.

Em março, a maioria dos bancos centrais das economias desenvolvidas aprovou subidas moderadas de juros na Austrália, Estados Unidos, Noruega e Taiwan. Os aumentos de meio ponto percentual registaram-se na Dinamarca, Suíça e Zona Euro.

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