Custo de financiamento do Estado português volta a subir em nova emissão de dívida de curto prazo
O Estado pagou mais na terceira emissão de dívida de curto-prazo do ano, agravando o custo de financiamento em linha com as subidas das taxas diretoras
O Estado pagou mais na terceira emissão de dívida de curto-prazo do ano, agravando o custo de financiamento em linha com as subidas das taxas diretoras
Um dia antes de um mais do que provável novo aumento da taxa diretora pelo banco central do euro, o juro pago pelo Estado português agravou-se na emissão de dívida de curto prazo de duas linhas de Bilhetes do Tesouro (BT) esta quarta-feira, 15 de março, na qual a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) colocou um total de 723 milhões de euros.
Na linha de BT com maturidade a seis meses, em 22 de setembro de 2023, o Estado colocou 423 milhões de euros a um juro de 2,893% e com 2,66 vezes mais procura do que oferta. Na linha com maturidade a um ano, a 15 de março de 2024, foram angariados 300 milhões de euros a um juro médio de 2,975% e com a procura a ser 3,06 vezes superior à oferta.
O juro pago pelo Estado agravou-se substancialmente face à última emissão comparável, em janeiro deste ano, na qual o IGCP tinha emitido um total de 1250 milhões de euros em duas linhas de BT a seis e doze meses. Nesta emissão, o Estado pagou um juro médio de 2,417% e de 2,715%, respetivamente.
A subida do custo de financiamento do Estado nos mercados é resultado direto do aumento acelerado das taxas de juro pelo Banco Central Europeu, instituição que, em menos de um ano, arrancou o custo do dinheiro das taxas negativas para os 3% anunciados a 2 de fevereiro, data da mais recente reunião de política monetária do banco de Frankfurt.
Amanhã, quinta-feira, o BCE deverá anunciar um novo aumento de 50 pontos-base, já sinalizado pelo banco, prevendo-se que não se desvie do curso traçado apesar da turbulência no setor bancário norte-americano.
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