As ações do grupo indiano Adani afundaram-se, esta quinta-feira, depois de a empresa ter cancelado a venda de ações pelo valor de 2,4 mil milhões de dólares. Em termos de capitalização bolsista, as perdas acumuladas pela Adani desde a sexta-feira passada já ultrapassaram os 100 mil milhões de dólares.
Segundo escreve o “Financial Times, a polémica instalou-se quando a Hindenburg Research, uma empresa de análise de investimentos focada em estratégias de short-selling (venda a descoberto, apostando na desvalorização das ações), acusou o conglomerado, na sexta-feira passada, de usar entidades offshore em paraísos fiscais para inflacionar os preços das ações das suas empresas cotadas.
A Adani tinha fechado parcerias recentes com empresas como a TotalEnergies e investidores como a International Holding Company, de Abu Dhabi, e as acusações da Hindenburg Research (que também investiu na queda das ações da Adani) acabaram por não ser positivas para estes acordos, ou outros negócios.
Na noite de quarta-feira, a Adani cancelou a venda de ações que tinha previsto, pois a queda das suas ações dos dias anteriores foi retirando valor aos títulos.
Só na quinta-feira, a Adani Enterprises caiu quase 20%, tendo atingindo o nível mais baixo desde março de 2022. Outras empresas do grupo também estão sob pressão: a Adani Ports and Special Economic Zone caiu 5%, enquanto a Adani Total Gas, a Adani Green Energy e a Adani Transmission perderam 10% cada, segundo a “Reuters”.
Além de as empresas terem perdido valor, o fundador da Adani, o empresário Gautam Adani, deixou o pódio dos mais ricos da Ásia, tendo caído para o 16º lugar.
Entretanto, Gautam Adani pronunciou-se sobre o sucedido num vídeo divulgado pela empresa. O responsável descartou as preocupações sobre as finanças do grupo e disse que a decisão de não prosseguir com a venda de ações foi tomada para proteger os investidores, que de outra forma teriam enfrentado grandes perdas por causa da queda no valor da empresa.
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