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Juros nos depósitos sobem pela primeira vez em 2010

20 agosto 2010 1:13

Nuno Alexandre Silva (www.expresso.pt)

Junho marca uma viragem no rumo dos juros dos depósitos a prazo. Segundo o Banco de Portugal, os 6310 milhões de euros de novas aplicações serão remuneradas em média a 1,52%, valor mais alto desde dezembro de 2009.

20 agosto 2010 1:13

Nuno Alexandre Silva (www.expresso.pt)

Depois de um início de 2010 penoso para os depósitos a prazo, os portugueses sabem agora que as taxas de juro médias nas novas operações de depósito estão a virar a página. A taxa média na totalidade dos depósitos constituídos em junho subiu para os 1,52%, depois de, em maio, este valor ter apenas ficado pelos 1,26% e é a primeira vez que as taxas crescem desde dezembro de 2009.

Os 6310 milhões de euros de novos depósitos com prazo acordado realizados em Portugal no mês de junho, segundo os dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal, estão contudo ainda longe dos meses em que se registavam operações de mais de €10 mil milhões, como em julho do ano passado.

Mas depósitos é palavra que já faz parte do léxico popular. O montante de depósitos bancários por particulares em instituições financeiras nacionais atingiu o máximo histórico de 118.402 milhões de euros em junho, acima dos 117.248 milhões de maio, de acordo com os dados.

TAEG na habitação sobem

No crédito à habitação os juros médios praticados pela banca nacional estão agora ao nível de maio de 2009. Apesar dos juros estarem mais baixos (desceram dos 2,65% em maio de 2009 para os 2,28% em junho de 2010) as TAEG (taxa anual efetiva de encargos global), que juntam despesas associadas ao crédito como seguros ou impostos, subiram para o valor mais elevado desde o quinto mês de 2009, atingindo os 3,37%.

Convém relembrar a transformação da oferta bancária no espaço de 6 meses no ano de 2010 neste tipo de contratos de crédito. Em fevereiro deste ano, 13 de 14 dos maiores bancos a conceder crédito em Portugal apresentavam um limite potencial de spread mínimo igual ou inferior a 1%. No espaço de seis meses, o cenário está muito diferente. Agora, só 3 bancos mantêm a possibilidade de uma margem nos juros igual ou inferior a 1%.

Ainda assim, no mês de junho realizaram-se novas operações de crédito à habitação que rondam os 1005 milhões de euros, montante mensal que só é ultrapassado recuando a julho de 2008.