A dívida pública portuguesa engordou quase €7 mil milhões no primeiro trimestre deste ano, de acordo com os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP). Continua a subir em termos absolutos, apesar de o rácio em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) estar em queda, afastando progressivamente Portugal do clube dos sobre-endividados do euro.
Um dos sinais do afastamento desse grupo é dado pela posição atual dos juros da dívida a 10 anos. Portugal já regista há vários meses a taxa (yield) mais baixa no mercado secundário em relação a um grupo de nove economias do euro, nomeadamente no tocante ao seu vizinho peninsular, Espanha. E pelas projeções do algoritmo do portal financeiro World Government Bonds registará em junho de 2024 um juro inferior ao da Bélgica e de França e de mais oito economias consideradas periféricas.
A concretizar-se esta trajetória, Portugal sairá do grupo dos periféricos, que, com a pandemia e a guerra na Ucrânia, foi engordando para além dos tradicionais ´'PIGS' (acrónimo pejorativo em inglês para Portugal, Itália, Grécia e Espanha) herdados do período da crise das dívidas e dos resgates da troika para um lote muito mais vasto, abrangendo as economias do Leste integradas no euro, com exceção da Estónia. Mas dará um outro passo: conseguir perante os investidores uma posição de menor risco do que duas economias consideradas do ‘centro’ — Bélgica e França.
Artigo Exclusivo para assinantes
Assine já por apenas 1,63€ por semana.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes