Entrevista a Paulo Fernandes, presidente da Altri

"Áreas queimadas, baldios e nemátodo: Um descalabro"

18 julho 2008 23:00

Anabela Campos e Pedro Lima

Em Agosto de 2006, Paulo Fernandes cumpriu um sonho: Comprar a Celbi. Hoje está a fazer na produtora de pasta de papel da Figueira da Foz um investimento de 350 milhões de euros, para duplicar a produção até 2010. É um dos maiores investimentos que está a ser feito actualmente no país.

18 julho 2008 23:00

Anabela Campos e Pedro Lima

Como olha para a actual situação económica?

Se as actuais condições se mantiverem, caminhamos para uma recessão profunda nas principais economias internacionais. Mas tudo se há-de ajustar, a economia é sempre um eterno equilíbrio. Agora estamos num certo desequilíbrio, mas tudo voltará a equilibrar-se. A questão é saber quanto tempo demoraremos até lá, e os custos que isso terá.

A Altri está a sofrer muito o impacte desta crise?

Esta é uma indústria em que Portugal tem vantagens competitivas. Temos um património florestal vasto, na cortiça, em alguns segmentos do pinho e do móvel, e na pasta e papel. São vantagens competitivas que têm permitido que se ganhe dinheiro, invista, seja dinâmico e fortemente exportador. Nós exportamos 96% do que investimentos, não estamos dependentes da conjuntura interna.

Continuam a exportar o mesmo?

Sim. O mercado global de celulose cresceu 5,5% nos primeiros cinco meses do ano e da pasta de eucalipto aumentou em termos anuais 22%. O mercado nos últimos dez anos cresceu à volta dos 7% ao ano, uma taxa muito saudável para qualquer indústria. Além disso, como houve grandes problemas nos países nórdicos, devido à falta da madeira, por causa das taxas à exportação introduzidas pelos russos que querem que o valor acrescentado na madeira seja feito na Rússia, abriu-se mercado para a fibra e para nós. Até porque a fibra nórdica é mais cara que a nossa. Há um incentivo para substituir.

Qual é a posição de Portugal neste mercado?

Nós queremos estar no top dez. Somos um player global, somos uma empresa muito competitiva, e temos bons indicadores financeiros. Estamos a fazer uma coisa que em Portugal não há muita gente a fazer, estamos a investir para subir a produção da Altri das actuais 550 mil toneladas para as 910 mil toneladas em 2010.

Como é que vão fazer isso?

Estamos a investir 350 milhões de euros na fábrica da Celbi. Só nesta fábrica produzimos 325 mil toneladas em 2007, mas esperamos conseguir produzir 550 a 600 mil em 2010. Estamos a instalar máquinas e equipamentos novos e a remodelar outros. Um projecto em que se prevê mexer em toda a fábrica desde a preparação da madeira, até à secagem. Ficaremos com uma fábrica com o dobro da capacidade que temos hoje, completamente moderna, com as melhores tecnologias disponíveis.

Isso até 2010?

Estes processos são muito longos, esperarmos ter o projecto todo concluído em Maio de 2009. Mas em Setembro iremos parar um mês, para colocar a nova linha de produção de pasta, ou seja, o coração da fábrica, que irá arrancar a 01 de Outubro de 2008. Ficaremos com a parte da fábrica onde se decide a qualidade do produto totalmente preparada para a fábrica do futuro. Depois iremos arrancar com uma instalação por mês até concluir o processo, que deverá acontecer em Abril/Maio de 2009. Agora temos aqui uma equipa de 1050 pessoas de subempreiteiros a trabalhar, e a fábrica, que tem globalmente, 230 pessoas, não pára. Iremos depois passar de uma facturação de 130 milhões de euros de facturação para 260 milhões. Ou seja, vamos dobrar o tamanho da Celbi.

Como é que vai financiar o investimento?

O investimento está todo financiado a médio longo-prazo. Tem uma componente de dívida bancária e outra de incentivos do Estado, que será cerca de 60 milhões de euros.

O financiamento reflecte as actuais condições do mercado?

Não, foi tudo negociado no pacote inicial e antes desta crise. Ou seja, com condições bastante atractivas.

Quantos empregos vão criar com a Celbi?

Vamos criar emprego a montante, não aqui. Vai ser preciso plantar mais, e vamos plantar em sítios onde é necessário criar empregos como, por exemplo, em Castelo Branco.

O vosso plano investimento tem em conta esta retracção da economia?

Não nos vamos desviar do nosso plano de investimento. A decisão foi tomada numa conjuntura de crédito fácil e barato. Hoje não sei se teríamos tomado esta decisão. De qualquer forma, tendo em conta o ciclo altista da pasta, as condições acabam por ser mais vantajosas do que tínhamos antecipado Hoje, há ainda, mais racionalidade, mais concentração e menos players no mercado. O mercado está ainda a beneficiar de uma maior urbanização da sociedade, com milhões de pessoas a saírem dos campos para a cidade, o que fomenta o crescimento do segmento de tissue (fraldas, guardanapos, toalhas de papel). Sentimos muita procura neste segmento, sobretudo por causa da China, mas também da Europa. No "printing" and "writing" não é bem assim. Não queremos ir para o negócio do papel, porque não quero saber se os preços baixam ou não.

Como está a divida da Altri?

A nossa divida em Junho ficou em cerca de 620 milhões de euros, o que é um valor muito razoável. A empresa está num ciclo de investimento muito grande tem de estar endividada. Mas julgo que dentro de dois a três anos deverá estar a gerara "cash flows" muito maiores.

COMBATER A CONCORRÊNCIA BRASILEIRA NA EUROPA

Quais são os vossos principais mercados de exportação?

Alemanha e Espanha. Temos algumas desvantagens em relação aos produtores mais competitivos, os brasileiros, que têm uma floresta mais produtiva. Mas actualmente os brasileiros têm um problema por causa do aumento de transportes. Antigamente custava 20 ou 30 euros a colocar uma tonelada de pasta do Brasil na Europa, hoje custa 60 euros. E muitas vezes não há barcos. O nosso modelo é concentrado numa eficiência logística grande, e o nosso cliente preferencial é aquele que é abastecido por comboio. Nós temos ramais de comboio em todas as nossas fábricas e procuramos exportar o mais possível por comboio e com isso temos custos de logística na ordem dos 20%. Enquanto os brasileiros actualmente têm custos de logística de 80%. É com essa diferença que pensamos combater a nossa desvantagem no custo florestal. O nosso plano e a nossa estratégia é sermos competitivos com os brasileiros na Europa. Claro que os brasileiros também percebem isto, e estão a virar-se mais para a China. Eu não teria vantagem competitiva em vender para a China, nem quero.

Há uns anos falava-se que era importante para as empresas europeias irem para o Brasil, porque é lá que está a matéria-prima. Isso passou-vos pela cabeça?

Passou pela cabeça de toda a gente (risos). Mas entre o passar e o fazer vai uma grande distância. Obviamente, não vou dizer que não estudamos, nem que não estamos atentos, mas estamos muito focados nos projectos que estamos agora a implementar.

Internacionalização não está nos vossos planos?

Internacionalização sim, mas a prazo. Não é uma prioridade.

MAIS DE 70 MILHÕES PARA A BIOMASSA

A Altri está a diversificar para a biomassa.

Vamos investir na fábrica da Celbi em biomassa mais 70 milhões de euros. É um investimento através da EDP Bioléctrica, empresa em parceria com a EDP e na qual a Altri tem 50%. O objectivo é aproveitar os resíduos de eucalipto. Será tudo para queimar na caldeira de biomassa. É um investimento que está a ser feito em conjunto e em paralelo com o da Celbi, para que possamos optimizar recursos. A gestão da caldeira da EDP Bioeléctrica será a mesma da Celbi.

A Biomassa já contribui alguma coisa para o negócio da Altri?

Sim. Já temos uma unidade a funcionar na Celtejo, em que nós fornecemos a biomassa e a central é da EDP Bioeléctrica. Em Mortágua também já estamos a começar a operar nesta área. Os objectivos prioritários para a Bioeléctrica é estarmos nos sítios onde temos fábricas, aí temos garantia de que há matéria-prima.

O que é que usam para a Biomassa?

Nós procuramos fazer a integração global da floresta. As folhas da árvore, a casca, o cepo e o resto dos resíduos florestais são aproveitados para fazer biomassa. Nós não perdemos nada. Temos um ciclo integrado. Antigamente a casca ficava na floresta e alimentava fogos. Hoje temos uma filosofia que é integrar o ciclo todo da floresta.

Mas nem toda a indústria aposta na biomassa?

Há concorrentes nossos que estão completamente fora disto. Acham que a biomassa é uma ameaça. Há pessoas que defendem que quem tiver uma fábrica de biomassa terá de queimar madeira, portanto, nem querem ouvir falar do assunto. Depois há outras que estão a ir mais a medo, em pequena escala, porque isto é um mercado novo e não sabem o que é que coisa vai dar. Não se sabe qual vai ser o preço da biomassa, há muitas incógnitas. Mas ao fazerem-no em pequena escala não aproveitam o potencial total do negócio.

Sentem que as florestas da Altri estão mais protegidas de incêndios desde que vocês entraram neste processo?

Nós já tínhamos muito cuidado com isto. As nossas matas sempre estiveram limpas, sempre tivemos muito cuidado e gastamos imenso dinheiro em manutenção. Podemos que 150 mil toneladas de resíduos florestais deixam de ficar na floresta.

Vocês já compram biomassa aos pequenos produtores?

Compramos. Estamos a começar a criar parques para a recolha de biomassa, locais onde queremos que os vários produtores se habituem a levar os resíduos florestais.

E estão a criar essas centrais onde?

Temos um parque perto de Mortágua. Vamos criar um parque perto de Pombal e outro perto de Gondomar. Sítios que fiquem a um raio de 30 a 40 quilómetros das centrais que iremos fazer. A receptividade a esses parques tem sido muito favorável. E isso vai fazer com que as florestas fiquem mais limpas e as pessoas tenham um incentivo para as limparem. Estamos a dar cerca de 25 euros por tonelada de resíduos florestais.

Quanto pesa actualmente a biomassa nas contas da Altri?

Pesa pouco. Ainda é marginal

A PERDA DA PORTUCEL FOI TRAUMÁTICA

E as relações com a Portucel como é que são?

Normais. A Portucel está a fazer a integração em papel e isso vai libertar parte do mercado da pasta para nós. O papel tem mais valor acrescentado e é menos cíclico, mas requer investimentos muito maiores. A nossa estratégia é continuar na pasta. Somos players da mesma fileira, aprendemos muito uns com os outros, mas temos estratégias diferentes.

Uma parceria entre os dois não faz sentido?

Não me parece. Além disso iria ser muito complicado porque as duas empresas têm uma posição dominante no mercado nacional, nomeadamente na matéria-prima. Além disso, temos filosofias diferentes. Nós gostamos de custos baixos, rapidez de decisão, e temos um conjunto de características que são muito nossas, é um modelo com nos temos dado bem.

Já esqueceu o facto de ter perdido a Portucel?

Esquecer, esquecer, nunca esquecemos. Foi um processo traumático, mas felizmente apareceram outras oportunidades e nós conseguimos demonstrar que podíamos ser bons empresários nesta área, que tínhamos ideias e capacidade para investir. Vamos fazer uma empresa de nível mundial e vamos contribuir muito para o tão necessário equilíbrio da balança comercial. A nossa balança comercial está cada vez pior. Só é pena que o Governo não seja mais pró-activo no apoio destas indústrias. Os dois maiores investimentos industriais que estão actualmente são neste sector, a ser feitos pela Portucel e a Altri.

Mas vão ser apoiadas pelo Estado...

Julgo que a restrição nesta indústria é a gestão florestal, porque financeiramente as coisas estão bem e a procura de mercado existe. Em Portugal tínhamos capacidade para fazer mais pasta, o problema é que na floresta as coisas não têm andado à velocidade desejável. A floresta é um património grande, mas por exemplo na área do eucalipto poderia ter uma produtividade 50% acima.

ESTADO DEVIA CONCESSIONAR FLORESTA

E porque é que não tem?

Não tem porque é um minifúndio, e porque as sementes que se utilizam não são as melhores. Temos todos responsabilidade. Nós também temos. No Brasil a produtividade é três vezes superior à nossa, mas nós com algum esforço podemos produzir mais 50%. E depois é toda a questão do ordenamento da floresta. Após os incêndios, por exemplo, muita gente não replanta. Tenho a certeza que a indústria da celulose estava disponível para replantar se houvesse condições. Temos agora um grande problema na floresta que é o nemátodo, e que o Governo devia ver como uma oportunidade. A área do nemátodo é tão grande que se devia olhar e dizer: temos aqui 300 mil hectares, vamos fazer 100 mil de eucalipto, 100 mil em pinheiro bravo e mais 100 nas folhosas de baixo crescimento. vamos ordenar este território. Se em vez disso, cada um a plantar um hectare de uma coisa e outra, vamos ver limitados os ganhos nas operações de corte, limpeza, e adubamento. Hoje em dia temos de ter certificação ambiental para vender para os países nórdicos e para a Alemanha, por isso, a floresta tem de ser gerida com biodiversidade.

Que papel é que o Governo poderia ter nesta matéria?

Poderia ordenar o território e dar incentivos. É evidente que quem for afectado pelo nemátodo e vender a madeira a preço depreciado, provavelmente para queimar para biomassa, vai ficar numa situação difícil. Há financiamentos no Ministério da Agricultura (PRODER) orientados para a floresta. Está a pecar por tardio o assumir do problema. Acho que se devia transformar este problema numa oportunidade, ordenando melhor o território e plantar isto com sementes certificadas e produtivas.

Há problemas de território e de sementes.

Há, mas julgo que o sector já percebeu que não podemos produzir apenas para as nossas necessidades, mas para abastecer o mercado. Temos ainda que aconselhar. Nós gastamos um milhão de euros por ano em investigação, para tentar adaptar a melhor planta ao melhor solo.

Como é que os agricultores sabem o que é melhor?

Se eles vieram cá, nós aconselhamos de graça.

Se o Governo nesse plano dissesse quais eram as plantas melhores e elas estivessem certificadas, garantíamos que naqueles sítios em vez de 10 hectares por ano, podíamos produzir 15 ou mesmo 20 em zonas de humidade.

E o que o Estado devia fazer mais...

O Estado tem terras em baldio e não tem capacidade de investimento. O ministro da Agricultura tem dito que vai concessionar as florestas do Estado. Isso seria fantástico, porque o Estado não tem dinheiro para investir, o que tem é o que já lá está. Se arde não planta. Faz sentido concessionar, segundo um ordenamento correcto do território.

Acredita-se que a vossa indústria é das mais beneficiadas com o nemátodo porque liberta espaço para plantar eucaliptos?

Não gostaria de pôr isso nesses termos, porque há empresas que precisam de pinho, e nós também temos uma fábrica que pode trabalhar a pinho. Acho que somos todos prejudicados. Na verdade, a maior superfície florestal que existe em Portugal é pinho, com 1200 hectares, o eucaliptal tem cerca de 700. Não podemos ficar de braços cruzados. O que não pode acontecer é o que acontece agora: baldios e áreas queimadas abandonadas. E se agora a área de floresta com nemátodo também não for plantada, é um descalabro. Mas na verdade o ministério também não pode dizer, plantem isto aqui e o outro acolá.

Mas poderia incentivar?

Há incentivos do PRODER para replantação de determinadas espécies. Era alargar isso a áreas do nemátodo .

Alargar a mancha de eucaliptal, chocaria com questões ecologistas e haveria protestos.

Acho que isso já está ultrapassado. O eucalipto é a árvore que melhor segrega o CO2.

Mas consome muita água e desertifica...

Porque é uma planta eficiente, o milho também consome muito água. Há um "trade off" que é necessário fazer, o país tem uma vantagem competitiva na floresta, tem de assumir isso como um desígnio estratégico.

Qual é a área de floresta plantada da Altri?

Temos cerca de 78 mil hectares de floresta sob gestão. A floresta própria é cerca de 50 mil. Temos vindo a fazer um esforço para aumentar a área sob gestão para conseguir acompanhar o crescimento de produção. Actualmente temos 50% de auto-abastecimento.

O ideal seria crescer através da concessão ou comprar?

Comprar não. Não é um bom investimento. Nós fazemos investimentos industriais. Há muitas zonas abandonadas, e a nossa preferência vai para o aluguer ou para a concessão. Não é nossa missão ser dono de terra, a nossa missão é produzir pasta de boa qualidade. Mas não podemos alhear-nos de investir na floresta, de introduzir boas práticas e de passá-las para os outros produtores.

E as concessões deveriam ser de quantos anos?

Estamos a falar sempre de concessões de 25 a 30 anos.

Compram muita madeira a pequenos agricultores?

Muita. Trabalhamos muito com cooperativas, que aglutinam grupos de pequenos produtores e que negoceiam com melhores condições.

Estão a fazer outros investimentos em empresas do grupo?

Estamos a investir também na Celtejo, em Vila Velha do Ródão, uma empresa que compramos na privatização da Portucel Tejo, e que estava muito antiquada e a precisar de ser remodelada.

RAMADA COM A PROPRIEDADE DA FLORESTA

Como é que está a correr a separação da Ramada?

Ainda é muito cedo para fazer o balanço. Claro que o momento de mercado foi mau..

Porque é que passaram parte da floresta para a Ramada?

A Ramada já tinha uma parte de imobiliário e achamos interessante reforçá-la com mais uma unidade de negócios, se não a empresa ficava muito pequena. Na Altri ficamos apenas com a exploração e gestão florestal e eles ficam com a propriedade da floresta. Tem duas vantagens, o custo da floresta fica mais claro e é posto em evidência o valor do terreno.

Na indústria está olhar para outras áreas?

Nos tempos que correm não há condições para fazer negócios. O crédito está caro.

No início havia a ideia de que o engenheiro Paulo Fernandes queria fazer um pouco o percurso que fez o engenheiro Belmiro de Azevedo. Continua a ter ambição de criar um grande grupo?

Nunca tive a ambição de criar nada. As coisas vão-se criando. O caminho faz-se caminhando. Faz-se uma coisa corre bem, e avança-se para outra. Felizmente, agora as coisas têm corrido bem. Mas se alguma coisa correr mal posso ficar encalhado um bom bocado. É melhor navegar à vista. Não acredito no planeamento estratégico. É mais o que se vai sentindo, as condições, e a altura.

Como é que está a ver esta crise no mercado de capitais?

As pessoas votam com os votos, e os investidores votam com as acções.

E isso quer dizer o quê?

Quer dizer que vêem aí coisas muito más. A manter-se este cenário macro-económico as coisas serão muito negativas. Mas o mundo não vai acabar.

Como é que vê a possibilidade de Portugal avançar para a energia nuclear?

Sou muito mais a favor da energia nuclear do que do que fazer mais auto-estradas. Os nórdicos que vemos sempre como bom exemplo têm energia nuclear.

Versão integral da entrevista publicada na edição do Expresso de 19 de Julho de 2008, 2.º Caderno, página 2.