29 outubro 2009 20:30
De olhos na rentabilidadeNo meio da tempestade manter o rumo é fundamental para chegar a bom porto. Por isso, disciplina na gestão foi uma expressão chave para o banco Santander Totta durante 2008.
29 outubro 2009 20:30
A todos os níveis, mas Nuno Amado, presidente da instituição, destaca cinco: negócio com os clientes; margens; liquidez; capital; e custos. Com esta gestão, o banco enfrentou a tormenta melhor do que a maioria dos concorrentes e fechou o ano com lucros de 517,7 milhões de euros, os maiores do sector financeiro português, "num ano particularmente duro e difícil", salienta o banqueiro.
Uma das faces mais visíveis da crise foi a evaporação da liquidez do sistema financeiro, após a falência do banco de investimento norte-americano Lehman Brothers, no final de Setembro de 2008. Como "fomos o primeiro banco a diversificar as fontes de financiamento, incluindo o Banco Central Europeu, tivemos vantagem nesta altura de crise", nota Nuno Amado. Ao mesmo tempo, na relação com os clientes, "tivemos atenção especial aos alertas do crédito e às dificuldades que uma situação como a que vivemos gerou, tentando dar respostas adequadas aos nossos clientes, através do lançamento de produtos desenhados para os tempos difíceis", explica.
Outra ênfase no auge da crise foi a atenção ao capital, com o Santander Totta a destacar-se entre os seus pares. "Sempre tivemos um Tier I elevado porque considerámos que uma posição de capital forte era uma segurança para nós e para os nossos clientes", frisa Nuno Amado. O banco fechou 2008 com este rácio de capital nos 10,1%, muito acima do mínimo tradicionalmente exigido pelo Banco de Portugal (7%) e da nova recomendação da instituição que elevou a fasquia para 8%.
"Pertencermos a um dos dez maiores grupos bancários do mundo, bem capitalizado, solvente e muito rentável - apontado em todo o mundo como um dos vencedores da crise - deu ao banco e aos nossos clientes um nível de garantia adicional."
O segredo do negócio
A boa capitalização do banco não implicou baixa rentabilidade do capital. Pelo contrário. Com um Return on Equity (ROE) de 28%, o Santander Totta foi o melhor entre os grandes bancos em Portugal. O segredo está no modelo de negócio, focado na rentabilidade, revela Nuno Amado: "Temos de ter um bom retorno, para, pagando dividendos aos accionistas - em regra, entre 40% e 50% dos resultados - ainda termos capacidade de reinvestir no negócio e no acompanhamento do crescimento dos nossos clientes." E reforça: "Não fazemos crescimento por crescimento. Crescer a custo negativo, ou sem ganhar dinheiro, é relativamente simples, para todos. Mas nós não o fazemos. Fazer isso é muito mau a médio prazo, porque não permite ao banco manter uma estratégia de crescimento sustentado." (...)

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