Os rendimentos gerados pelos ativos russos apreendidos pelo Ocidente com a implementação de sanções a Moscovo poderão ser entregues à Ucrânia para financiar o esforço de guerra, uma possibilidade discutida pela Comissão Europeia e pelos Estados-Membros, noticia o Financial Times esta quinta-feira, 25 de maio.
A câmara de compensação Euroclear, sediada na Bélgica, tem neste momento 196,6 mil milhões de euros em ativos russos congelados alvo de sanções. Destes, 180 mil milhões de euros são ativos do banco central da Rússia, segundo o governo belga citado pelo jornal britânico.
A rendibilidade gerada por estes ativos - e não os ativos em si - poderá ser direccionada para a Ucrânia, de forma a financiar o esforço de guerra de Kiev, a defender-se da invasão russa de fevereiro do ano passado.
A Euroclear tem reinvestido os juros destes ativos, num total de 734 milhões de euros, numa época em que a rendibilidade está a aumentar graças à subida das taxas de juro pelos bancos centrais.
Porém, responsáveis europeus ressalvam que se trata de uma medida totalmente nova com implicações desconhecidas, “não sendo totalmente claro a quem pertencem estes juros”, segundo uma fonte ouvida pelo Financial Times. Outra reconheceu que “as instituições financeiras não sabem o que fazer com este dinheiro”.
A medida pode ser alargada a outras entidades com ativos russos sob sua custódia; e poderá incluir o reinvestimento pela União Europeia desses rendimentos através de uma empresa-veículo, ou através das próprias instituições.
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