Economia

1991: Uma revolução nos telemóveis em Portugal

21 maio 2023 9:20

Joaquim Ferreira do Amaral (à esq.), o ministro das Obras Públicas e Comunicações, atribuiu a primeira licença de rede móvel a um privado, a Telecel, cujo rosto era António Carrapatoso (ao centro)

antónio cotrim/lusa

Telecomunicações. A entrada da Telecel pôs fim ao monopólio, dando o pontapé de saída para a democratização dos telemóveis. Mais tarde, a Sonae provocaria outra reviravolta com o lançamento da Optimus e a OPA sobre a PT

21 maio 2023 9:20

Foi com a jovem Telecel, hoje Vodafone Portugal, que em 1991 se pôs em marcha a liberalização do mercado das telecomunicações em Portugal. A empresa ganhou o concurso para a licença de comunicações móveis nesse ano, e em 18 de outubro do ano seguinte estreou-se o primeiro operador móvel privado, com uma chamada do 91, prefixo atribuído à Telecel, feita pelo então ministro das Obras Públicas e Comunicações do Governo de Cavaco Silva, Joaquim Ferreira do Amaral, para o então presidente do Instituto das Comunicações de Portugal (ICP, hoje Anacom), Fernando Mendes. Funcionou. Pôs-se assim fim a quase um quarto de século de monopólio de empresas públicas, que se iniciou com a saída do mercado da Anglo Portuguese Telephones.

O entusiasmo foi grande, estávamos no início de uma década de ouro para Portugal, marcada pelo capitalismo popular — promovido pela privatização de empresas como PT, Cimpor, Brisa e EDP e uma corrida às ações —, o aparecimento das televisões privadas, a construção do Centro Cultural de Belém e da Ponte Vasco da Gama e a realização da apoteótica Expo 98.