Banco de Inglaterra volta a subir os juros em apenas 25 pontos
A autoridade monetária do Reino Unido decidiu esta quinta-feira aumentar os juros em 25 pontos-base. A nova taxa diretora subiu para 4,5%. É a segunda subida moderada consecutiva
A autoridade monetária do Reino Unido decidiu esta quinta-feira aumentar os juros em 25 pontos-base. A nova taxa diretora subiu para 4,5%. É a segunda subida moderada consecutiva
O Banco de Inglaterra (BoE), a autoridade monetária do Reino Unido, decidiu esta quinta-feira subir os juros para 4,5%, optando, pela segunda vez consecutiva, por um aumento moderado de 25 pontos-base (um quarto de ponto percentual), à semelhança das decisões tomadas na semana passada pela Reserva Federal norte-americana (Fed) e pelo Banco Central Europeu (BCE).
A decisão não foi tomada por unanimidade. No comité de nove membros, dois votaram contra a subida, defendendo a manutenção da taxa em 4,25%.
O banco central britânico iniciou o ciclo de subida dos juros em dezembro de 2021 e já realizou 12 subidas com um aumento acumulado de 440 pontos-base (4,4 pontos percentuais), superior ao realizado pelo BCE (375 pontos), mas inferior ao concretizado pela Fed (500 pontos).
A opção por subidas mais robustas iniciou-se em agosto do ano passado com aumentos de meio ponto percentual, e mesmo de 75 pontos-base em novembro do ano passado. Em março de 2023, a equipa liderada por Andrew Bailey decidiu reduzir o aumento para 25 pontos-base.
O Banco de Inglaterra iniciou o aperto monetário depois de ter cortado os juros para um mínimo histórico de 0,1% durante a pandemia em 2020.
O comité foi surpreendido nesta reunião pela manutenção da inflação acima de 10% no primeiro trimestre do ano. Em março baixou para 10,1%, mas mantém-se em níveis elevados, mais alta do que o esperado em reuniões anteriores. O pico da inflação, neste ciclo, deverá ter-se situado em 11,1% em outubro do ano passado. A dinâmica inflacionista na alimentação é particularmente preocupante, próxima de 20%, sublinha o comunicado da reunião.
O comité considera, agora, que um processo de desinflação em direção a níveis abaixo de dois dígitos deverá materializar-se já a partir de abril. A estimativa para abril só será publicada a 24 de maio.
No entanto, a inflação acima de 10% cruza-se com uma economia que deverá quase estagnar no primeiro semestre do ano. A previsão do BoE aponta para um crescimento ligeiro de 0,2% no conjunto dos primeiros seis meses do ano.
Neste contexto de inflação com quase estagnação, o BoE antecipa que o pico dos juros deverá situar-se em 4,75% no último trimestre de 2023. O que implica uma subida adicional de apenas 25 pontos-base, seguida de um período de pausa.
Nas 16 reuniões de bancos centrais já realizadas em maio, 11 foram de subidas dos juros e todas elas moderadas, de apenas 25 pontos-base (um quarto de ponto percentual). Já se registam tantos aumentos de juros quanto em todo o mês de abril.
As mais destacadas nestas duas primeiras semanas de maio, antes da reunião desta quinta-feira em Londres, foram as decisões de subir as taxas diretoras em 25 pontos tomadas pela Reserva Federal norte-americana, pelo Banco Central Europeu, pelo Banco da Noruega e pelo Banco da Reserva da Austrália.
Um banco central decidiu cortar os juros, o banco central da Geórgia (reduziu a taxa em meio ponto percentual), e quatro optaram por manter as taxas inalteradas.
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