O rendimento real das famílias per capita cresceu 0,6% nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) no quarto trimestre de 2022, um segundo comunicado divulgado esta quarta-feira pela instituição.
Assim, o rendimento real excedeu o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real per capita no mesmo período (0,1%).
Apesar do crescimento moderado no terceiro e quarto trimestres, numa base anual, o rendimento real das famílias per capita em 2022 caiu 3,8% na OCDE, o maior declínio anual desde o início da série estatística da organização.
Segundo a nota da OCDE, dos 21 países para os quais existem dados disponíveis, oito registaram um aumento do rendimento real das famílias per capita, enquanto os outros 13 registaram uma queda.
Entre as economias do G7 (grupo das sete maiores economias do mundo) para as quais existem dados disponíveis, o Reino Unido registou o maior aumento do rendimento real das famílias no último trimestre de 2022 (1,2%), “impulsionado pelo crescimento dos salários e pelo apoio do governo ao consumo de energia das famílias”. Também o Canadá, França e Estados Unidos registaram aumentos no rendimento real das famílias per capita, “excedendo o desempenho do PIB per capita, que cresceu 0,5% nos Estados Unidos e contraiu no Canadá e em França”.
Por outro lado, o rendimento real das famílias caiu 3,5% em Itália, devido ao aumento dos preços da energia no quarto trimestre de 2022, que levou a uma elevada inflação.
Olhando para todo o ano 2022, o rendimento real das famílias diminuiu 3,9% nas economias do G7, sendo que a maior queda deu-se nos Estados Unidos (menos 6%), “onde cessou a assistência governamental relacionada com a covid-19 paga às famílias em 2021”.
Entre outros países da OCDE, o Chile registou o maior declínio no rendimento real das famílias per capita em no ano passado (-15,1%), “impulsionado pela interrupção dos levantamentos antecipados de pensões relacionados com a pandemia permitidos em 2021”.
De acordo com a OCDE, até nas economias que não foram afetadas pelo fim dos programas de assistência relacionados com a pandemia, a inflação prejudicou os rendimentos das famílias em termos reais em 2022, apesar do crescimento do PIB per capita.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes