"Agentes políticos repousam numa espécie de confiança limitada e revogável"
"Não podemos ter uma sociedade que funcione sem confiança", lembrou o ministro da Economia, António Costa Silva, numa conferência que juntou os diversos reguladores
O ministro da Economia alertou esta quarta-feira para as fragilidades das democracias e defendeu a necessidade de se restaurar a confiança nas sociedades como antídoto contra os populismos.
"Os agentes políticos repousam numa espécie de confiança limitada e revogável e isso verifica-se todos os dias", salientou António Costa Silva no encerramento 1.º Encontro das Entidades Reguladoras Portuguesas, que terminou em Lisboa.
Costa Silva considerou que a democracia, apesar das fragilidades, é o "mais excelente dos sistemas" para lidar com as adversidades, como os populismos, mas defendeu a necessidade de se restaurar a confiança.
"Não podemos ter uma sociedade que funcione sem confiança", acentuou, perante uma plateia de reguladores que assinalavam os 10 anos da lei-quadro das entidades reguladoras.
Para o ministro, os sistemas regulatórios são fundamentais para aumentar e construir a confiança com os cidadãos.
"Sem um sistema de regulação forte e independente do poder político, não temos uma economia competitiva e afirmativa no cenário internacional", sustentou.
Costa Silva assinalou duas "mutações sem precedentes" no mundo: a digitalização com um impacto 10 vezes maior que o da revolução industrial e 100 vezes mais rápido; a disseminação da Inteligência Artificial, que vai mudar completamente as sociedades.
Com estas mutações, o ministro da Economia apontou os desafios da regulação e defendeu que "é preciso fazer regressar a ética à economia".
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