Economia

Produção industrial alemã sofre queda inesperada em março

Produção industrial alemã sofre queda inesperada em março
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A produção industrial cresceu a nível homólogo na Alemanha, mas caiu 3,4% em março a nível mensal, acima do esperado pelos analistas. Indústria automóvel tem grande parte da culpa

A produção industrial na Alemanha aumentou 1,8% em março, face ao mesmo do ano passado, mas caiu face a fevereiro 3,4%. Os números foram divulgados esta segunda-feira pelo gabinete estatístico do país, Destatis, e apanharam de surpresa os analistas ouvidos pela “Reuters”.

Em fevereiro a produção industrial tinha subido 2,1% a nível mensal e 0,7% a nível homólogo e no total do primeiro trimestre a produção industrial cresceu 2,5% face ao último trimestre de 2022.

"Depois de um bom desempenho da produção industrial no início do ano, houve uma queda inesperadamente acentuada em março", disse o Ministério da Economia, citado pela “Reuters”.

De acordo com a nota do gabinete estatístico, a indústria automóvel deu uma contribuição particularmente grande para o declínio da produção industrial com uma queda de 6,5% em relação a fevereiro (mês em que, a nível mensal, tinha aumentado 6,9%).

A queda de 3,4% é ainda maior do que os analistas previam (1,3%). Por esse motivo, Ralph Solveen, economista do Commerzbank, lembra que “a indústria alemã está a sofrer cada vez mais com as subidas das taxas de juro a nível mundial” e que "os riscos de uma recessão na Alemanha estão a aumentar".

A Alemanha escapou por pouco à recessão no primeiro trimestre do ano, ao ver a economia estagnar (0,0%) nesse período. No último trimestre de 2022, a economia alemã tinha registado uma contração de 0,5% e para entrar em recessão técnica são precisos dois trimestres consecutivos de variação negativa em cadeia do PIB.

Apesar de tudo, esta economia influente para toda a Europa não deverá apresentar recessão no conjunto do ano, pelo menos segundo as previsões do governo alemão e dos analistas. O governo da Alemanha prevê uma expansão do PIB em 2023 de 0,4%, que aumentará para 1,6% em 2024.

Contudo, na altura em que apresentou estes dados, o próprio ministro das Finanças, Robert Habeck, foi cauteloso. Anteriormente, o governo previa uma contração de 0,4% para 2023 e ao rever em alta essa previsão, o ministro avisou que a economia continuava a enfrentar “um ambiente difícil".

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