China retalia e "ataca" empresas ocidentais no país
As empresas, escolhidas cirurgicamente, visam alertar os EUA de que a China irá responder ao “bloqueio” ocidental à importação de tecnologias de ponta chinesas
Empresas associadas ao Ocidente de várias áreas estão a ser alvo de bloqueios por parte de Pequim, em resposta à estratégia comum de conter a influência chinesa em setores sensíveis como o da tecnologia.
Segundo o Financial Times desta terça-feira, 18 de abril, o governo de Xi Jinping está a responder ao bloqueio ocidental de várias empresas chinesas através de retaliações cirúrgicas, nos últimos dois meses, a empresas associadas com o Ocidente.
Entre as afetadas estão as empresas de produção de armas Lockheed Martin e Raytheon, alvo de sanções por alegadamente venderem armas a Taiwan, e a produtora de chips norte-americana Micron, atualmente a ser investigada pelas autoridades chinesas.
As autoridades fizeram também buscas e detiveram trabalhadores da empresa norte-americana de assessoria jurídica Mintz e um trabalhador japonês da farmacêutica nipónica Astellas Pharma. O ministério das finanças local multou a Deloitte, sediada no Reino Unido, por um valor recorde de 28 milhões de euros, por falhas em auditorias, segundo o jornal britânico.
E estão ainda em estudo no governo de Pequim formas de evitar que as empresas ocidentais tenham acesso a matérias-primas e tecnologias chinesas do setor automóvel, como as relacionadas com carros autónomos.
O objetivo é evitar retaliações em escala e responder à estratégia ocidental através de ações localizadas, mas as empresas do Ocidente a operar na China já estão a rever planos, principalmente depois das detenções de trabalhadores.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: piquete@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes