Economia

Porto paga menos 40% do que Lisboa na mesma função

8 abril 2023 17:00

Cátia Mateus

Cátia Mateus

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Jornalista

Jaime Figueiredo

Jaime Figueiredo

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Jornalista/Coordenador-Geral de Infografia

O salário médio de um trabalhador no Porto continua a ser inferior ao praticado em Lisboa

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Diferenças salariais entre Lisboa e Porto podem chegar a €50 mil brutos anuais. Desigualdade afeta sobretudo mais os perfis mais seniores

8 abril 2023 17:00

Cátia Mateus

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Jornalista

Jaime Figueiredo

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O mundo do trabalho é cada vez mais global. Já os salários não tanto. Basta olhar para o território nacional para perceber que, na mesma função, no mesmo sector, com o mesmo nível de experiência e, por vezes, até com o mesmo empregador, um profissional a trabalhar no Porto ganha, em média, quase 11% menos do que ganharia em Lisboa. Em termos absolutos, para um trabalhador com 6 a 10 anos de carreira, isto pode significar menos €5490 brutos anuais de rendimento. E, em alguns casos, a diferença pode mesmo ser muito superior. No sector da Energia, por exemplo, um diretor de procurement (responsável por otimizar os processos de compras), chega a ter um rendimento médio bruto anual 41% abaixo do que é praticado em Lisboa. E as diferenças até se têm acentuado. Comparando com 2019, o fosso sala­rial entre os trabalhadores de Lisboa e Porto só não se agravou para os profissionais em início de carreira.

Partindo do último Guia Salarial da consultora de recrutamento Hays para o mercado nacional — que anualmente agrega as intenções de contratação das empresas e os salários praticados para quadros médios e superiores qualificados —, o Expresso analisou detalhadamente um conjunto de 307 profissões, de 13 sectores de atividade, em ambas as cidades. Para apurar as diferenças salariais nas duas maiores áreas metropolitanas do país, Lisboa e Porto, analisámos a remuneração média praticada para cada uma destas profissões em três níveis distintos de experiência profissional: carreiras até 5 anos, entre 6 a 10 anos e com mais de 10 anos. Os dados relevam que os cerca de 300 quilómetros que separam a capital portuguesa da Cidade Invicta podem custar milhares de euros anuais a quem trabalha no norte do país.