Economia

RTP evitou pesados prejuízos em 2022 com redução de custos e aumento de receitas

Nicolau Santos, presidente da RTP
Nicolau Santos, presidente da RTP
MÁRIO CRUZ/LUSA

Administração da empresa pública de rádio e televisão diz ter conseguido reduzir custos e aumentar receitas em 2022, deixando o resultado líquido da RTP próximo do zero

A RTP chegou a prever ter prejuízos de 3,7 milhões de euros no ano passado, mas terá fechado esse ano com resultados equilibrados, próximos de zero. A informação foi avançada pela administração da empresa pública de rádio e televisão no Parlamento esta quarta-feira, no âmbito da audição na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto.

Nicolau Santos, presidente da RTP, garantiu que a empresa não teve 3,7 milhões de euros de prejuízo. “Em maio chegámos a pensar que o prejuízo ia ser muito superior, o dobro desse valor, mas vai ser um resultado muito inferior a esse”.

A administradora Luísa Ribeiro referiu que em novembro de 2021 esse valor “esteve orçamentado para 2022 mas conseguimos conter custos e aumentar receitas”. “Ainda não temos as contas fechadas mas se não ficarmos em break even ficaremos muito próximos, o que nos parece excelente. Reduzimos o endividamento em cerca de 8%”, acrescentou.

"Se a RTP chegar a break even mesmo assim serão 13 anos de resultados positivos”, adiantou a gestora, para contrariar “a ideia que há de que a RTP gera resultados negativos sistematicamente”.

O presidente da RTP voltou a alertar para as necessidades de financiamento da empresa de forma a cumprir os objetivos de serviço público a que está obrigada e o investimento na modernização dos meios técnicos de que necessita.

“Estamos muito limitados”, afirmou, lembrando que o contrato de serviço público está em renegociação e que a falta de meios financeiros redundará num “serviço público de menor qualidade”, assim como em piores meios técnicos e conteúdos e programas que não poderão ser comprados.

Nicolau Santos lembrou também o papel da RTP na pandemia: “a indústria audiovisual provavelmente teria desaparecido se não fosse a RTP a apoiar”. Adiantou que “no período de 2015 a 2022 a RTP tinha obrigações de investir cerca de 100 milhões de euros em produção cinematográfica e audiovisual independente e investiu 121 milhões, mais 21 milhões”.

Questionado sobre o facto de ter reduzido os resultados e de ter recebido 2 milhões de euros do Estado mas apresentar menores audiências, adiantou que “a ficção portuguesa emitida na RTP tem cinco dos 20 conteúdos mais vistos de ficção desde 2016 que foram emitidos em 2022”. “Com regularidade o nosso programa ‘O preço certo’ é líder face aos outros operadores de televisão, visto por mais de 1 milhão de espetadores com regularidade. O nosso telejornal é sistematicamente visto por 700 a 800 mil pessoas”, notou.

Explicou também que “a queda de audiências não se verifica se olharmos para a evolução da audiências dos últimos meses. Todas as estações generalistas caem mas a RTP cai menos, estamos neste momento mais perto da SIC e da TVI. Mas não nos iludamos, há um movimento a nível europeu em que os operadores em canal livre estão a perder cada vez mais audiência para o cabo e em particular para o streaming”.

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