Depois de ter crescido 4,5% em 2021, o comércio a retalho em Portugal fechou o ano 2022 com um aumento do volume de negócios médio de 4,8%, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE) em dados divulgados esta segunda-feira, 30 de janeiro, num ano de consolidação da recuperação económica depois da travagem a fundo nascida da pandemia da covid-19. Mas contando com o efeito da inflação nos preços o volume de negócios no retalho subiu, em média, 14% em 2022, depois de ter aumentado 6,5% no ano anterior.
Com o regresso pleno das pessoas às ruas no ano passado - algo que em 2021 ainda não fora possível - o emprego cresceu e houve mais horas trabalhadas no setor, com os índices respetivos a acelerarem 3,3% e 5,5%, respetivamente. Mas o indicador com maior aceleração homóloga foi o das remunerações, subindo 8,1% face a 2021, com a pressão nascida com a perda de poder de compra e a falta de mão-de-obra a forçar aumentos salariais.
Especificamente em relação a dezembro, o índice de volume de negócios no comércio a retalho recuou 1,8% face ao mês homólogo, aumentando o ritmo de quebra face aos -0,9% registados em novembro.
Por agregado, o volume de negócios da área dos produtos alimentares caiu 5,3% em dezembro, face a uma queda homóloga de 4,5% em novembro. Nos produtos não alimentares registou-se um crescimento homólogo de 1,1% em dezembro, abrandando face aos 1,7% registados no mês anterior.
Em termos nominais - ou seja, com os preços brutos de venda sem descontar o impacto dos efeitos da variação dos preços - o índice de volume de negócios no comércio a retalho subiu 6,9% em dezembro face ao mês homólogo, abrandando face aos 8,6% registados em novembro, em linha com a evolução da taxa geral de inflação, que reforçou no último mês do ano a trajetória de abrandamento.
Sem o efeito deflator, o volume de negócios nos produtos alimentares e produtos não alimentares cresceu 11,3% e 2,7%, respetivamente, em dezembro, com a primeira categoria a ver uma aceleração do ritmo de crescimento (10,5% em novembro), ao passo que a segunda abrandou fortemente face à variação homóloga de 7,1% em novembro.
Em dezembro, os índices de emprego, as remunerações e as horas trabalhadas aumentaram todos face ao mês homólogo, com variações de 2,6%, 6,6% e 2,2%, respetivamente. Em novembro, o crescimento fora de 2,3%, 7,8% e 2% para estes três índices, segundo o INE.
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