A Golden Wealth Management, gestora de ativos liderada por António Nunes da Silva, prevê que 2023 seja marcado por alguma volatilidade, com baixa da inflação e recessão um pouco por todo o mundo e, no geral, são os bancos centrais que têm ‘a faca e o queijo na mão’.
Segundo a Golden, que gere um valor global superior a 1200 milhões de euros em ativos sob acompanhamento, 2023 será um ano “bastante desafiante com muitos fatores de risco” e “alguma volatilidade” nos mercados. Há fatores que nos acompanharam em 2022 e que vão continuar a estar presentes este ano, como a crise energética, a guerra na Ucrânia e a inflação - ainda que esta deva abrandar.
2023 será volátil, mas a recessão é uma das maiores preocupações da Golden. Os indicadores analisados pela gestora de património mostram que a economia está numa situação de contração, “quer a nível global quer a nível individual, em particular para os Estados Unidos e para a Europa”.
Quanto à inflação, está “claramente numa tendência de descida” e é “expectável que continue a baixar quanto mais não seja pela componente das mercadorias e da energia”. No entanto, há um problema com uma variável importante, os serviços, cuja inflação continua elevada e que deverá ter uma queda mais lenta.
Mas a elevada inflação fez com que os bancos começassem uma agressiva subida das taxas de juro ao longo do ano passado e, para a Golden, a grande questão é “o que levará esses governadores a alterarem ou a porem um travão no ritmo da agressividade da subida da taxa de juro?”. Os bancos centrais “vão ter um papel chave”. Se a inflação reduzir de forma lenta os bancos centrais terão de avaliar os “estragos” na economia, mas se a inflação reduzir mais rápido do que o esperado, pode-se "até evitar a entrada de um
período de recessão".
No mercado acionista, haverá uma “primeira fase”, com uma “deterioração ao nível dos mercados acionistas para depois, na sequência de uma alteração de atitude por parte dos bancos centrais, haver uma recuperação deste segmento acionista”.
Apesar destes desafios, também haverá oportunidades ao longo do ano, nomeadamente nas obrigações e também para a indústria dos metais preciosos.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes