Economia

Inflação abranda, pico pode não ter passado, mas Medina diz que economia tem derrotado “todos os pessimismos”

Inflação abranda, pico pode não ter passado, mas Medina diz que economia tem derrotado “todos os pessimismos”
ANTÓNIO PEDRO SANTOS/Lusa

Portugal crescerá 6,8% em 2022, diz o Banco de Portugal e assume Fernando Medina. “Economia portuguesa derrotou todos os pessimismos”, aponta o ministro das Finanças

A inflação em Portugal abrandou em dezembro, passando de 9,9% para 9,6%, mas o ministro das Finanças considera que ainda não é possível dizer que o pior da subida de preços já passou. Ainda assim, Fernando Medina elogia o comportamento da economia portuguesa neste ano, e vinga-se de quem o criticou.

“É uma tendência de redução destas variações homólogas, que não nos permitem dizer que já atingimos o pico, e que já estamos no processo de regressão, mas são sinais encorajadores”, declarou, a respeito da inflação, Fernando Medina esta sexta-feira, 30 de dezembro, numa conferência de imprensa com os ministros da Economia e do Trabalho, no Ministério da Economia, em Lisboa. Mesmo a autoridade monetária, o Banco Central Europeu, tem dito que não há ainda certezas sobre se o pico da inflação na zona euro está já para trás.

A declaração de Medina foi feita no dia em que o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou a sua estimativa rápida de inflação para dezembro, apontando para uma variação homóloga de 9,6% face ao mesmo mês de 2021. A estimativa de novembro era de 9,9%, e a de outubro era de 10,1%. Um “ano marcado pela inflação, mais alta do que esperávamos”, disse o ministro das Finanças, acrescentando que resulta dos “efeitos externos”.

PIB mostra que Portugal derrotou “pessimismo”

Na mesma conferência, houve outro indicador económico a ser mencionado. O ministro da Economia, António Costa Silva, começou mesmo a referir que o crescimento este ano poderá chegar a 6,8%. “Vamos ter um crescimento entre 6,5% e 6,8%, um resultado absolutamente notável”, tendo em conta a “envolvente externa muito difícil”.

Mas se Costa Silva deixou um intervalo de percentagens, Fernando Medina aceita na sua totalidade aquela que é a mais recente estimativa de crescimento do produto interno bruto (PIB) para 2022 do Banco de Portugal.

“Portugal finalizará o ano de 2022 com um crescimento de cerca de 6,8%. Este crescimento é o maior crescimento económico do país nos últimos 35 anos. É preciso recuar até 1987”, atirou o ministro das Finanças numa conferência de imprensa que agendou com os ministros da Economia e do Trabalho para fazer um balanço deste ano.

“O que podemos hoje dizer é que a economia portuguesa mostrou força, resiliência, a capacidade de reagir a esse choque, muito acima daquilo que eram as expetativas da generalidade dos analistas”, frisou o ministro das Finanças.

Na conferência, o governante lembrou as suas anteriores projeções de 4,9% e de 6,5%, referindo que “em ambas”, ouviu a “crítica” de que estaria a ser “muito otimista e pouco realista”. “A verdade é que a economia portuguesa derrotou todos os pessimismos”, continuou.

“Deixaremos para trás a Grécia e a Itália”

Na conferência, Medina frisou como a economia está mais protegida face à conjuntura externa, mencionando o nível da dívida pública que é esperado pela Comissão Europeia. A previsão está em 105,3%. “Deixaremos o pódio. Deixaremos para trás a Grécia e a Itália”, declarou o ministro.

“Estaremos num grupo de países já muito diferentes, um grupo de países que integra Espanha, França e Bélgica”, disse o sucessor de João Leão no Ministério das Finanças. “Contas certas é ter as contas arrumadas, para quando as famílias e as empresas precisam”.

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