Economia

Concorrência abre "investigação aprofundada" a fusão entre empresas de dispositivos médicos

Margarida Matos Rosa, presidente da AdC
Margarida Matos Rosa, presidente da AdC
TIAGO PETINGA/Lusa

A Autoridade da Concorrência receia que uma aquisição empresarial resulte em entraves à concorrência” em Portugal das “endopróteses (stents) gastrointestinais metálicas”, por isso abriu investigação

A Autoridade da Concorrência (AdC) abriu uma “investigação aprofundada à operação de concentração" de empresas de dispositivos médicos, particularmente à "aquisição pela Boston Scientific Corporation (BSC), através da subsidiária Boston Scientific Corporation Group, do controlo exclusivo da M.I. Tech Co", segundo anunciado esta terça-feira em comunicado.

Segundo os dados recolhidos até ao momento pela autoridade, “não se pode excluir que a referida operação de concentração resulte em entraves significativos à concorrência” em Portugal das “endopróteses (stents) gastrointestinais metálicas”.

A BSC é uma empresa que se insere no desenvolvimento, fabrico e venda de dispositivos médicos para intervenção médica nas mais variadas especialidades. Em Portugal, a BSC opera através da subsidiária Boston Scientific Portugal – Dispositivos Médicos, “que está ativa na comercialização de uma vasta gama de dispositivos médicos da BSC, incluindo dispositivos utilizados em endoscopia”.

Já a M.I. Tech é uma empresa sul-coreana que desenvolve, fabrica e fornece dispositivos médicos no campo da endoscopia digestiva. Esta empresa "produz endopróteses (também conhecidas como
stents) metálicas feitas à mão, utilizadas como solução paliativa para doenças gastroentéricas causadas por tumores malignos". Em Portugal, apenas fornece endopróteses metálicas não vasculares para intervenções gastrointestinais.

Desta forma, a aquisição por parte da BSC reforçaria a sua posição de líder no mercado.

Depois da investigação estar terminada a AdC tem duas opções: não se opor à concretização do negócio ou proibi-lo, se concluir que criará prejuízos para as unidades de saúde quer do setor público, quer do setor privado.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt

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