Economia

Este fim-de-semana há faixas pretas nas lojas de Guimarães num protesto que é um velório

O Toural é uma das zonas abrangidas pelo corte ao trânsito e ao protesto dos comerciantes
O Toural é uma das zonas abrangidas pelo corte ao trânsito e ao protesto dos comerciantes
NurPhoto

Sábado e domingo o comércio local “está de luto”. “O corte do centro da cidade ao trânsito significa a nossa morte”, diz presidente da Associação do Comércio Tradicional de Guimarães

Em Guimarães, o comércio no centro da cidade “vai fazer o seu próprio velório no próximo fim de semana”. “Vamos colocar faixas pretas nas lojas e também cartazes de protesto porque estamos de luto”, diz ao Expresso Cristina Faria, presidente da Associação de Comércio Tradicional de Guimarães, numa reação à decisão da Câmara Municipal testar o corte de trânsito em oito ruas centrais nos fins-de-semana de dezembro.

“A Câmara tomou a decisão unilateral de cortar o trânsito no centro da cidade a partir de 2023 e decidiu fazer uma experiência com esta medida fechando as ruas nos fins-de-semana de dezembro. O resultado é termos um deserto no centro e ficarmos com o negócio completamente parado num período especialmente difícil em que todos sentimos já em força o efeito da retração do poder de compra”.

Na verdade, as ruas fecham a partir das 16hde sábado, mas Cristina Faria garante que “é exatamente esse o momento em que as pessoas começam habitualmente a aparecer para fazer as compras de natal”, o que significa que apesar das lojas estarem abertas no sábado e domingo, exatamente para aproveitar a procura induzida pelo natal, “não há negócio” e “todos sentem a morte à vista”, garante a dirigente associativa.

Um abaixo assinado da associação teve a adesão de 99% dos comerciantes da zona abrangida pelo corte ao trânsito imposto pelo município. E o protesto conta com o apoio de lojistas de ruas vizinhas que “também sentem o impacto da medida e viram o negócio parar nos dois fins-de-semana anteriores”, comenta.

Reivindicar estacionamento e serviços

Com mais protestos em preparação, organizados para marcar presença na Assembleia Municipal desta sexta-feira, os comerciantes já tiraram fotografias das ruas vazias e enviaram uma carta ao presidente da Câmara, o socialista Domingos Bragança, apelando para deixar os carros circular no centro até ao natal. Entretanto, vão mantendo as portas abertas, na esperança de ver a autarquia aceitar o seu pedido.

E, sublinha Cristina Faria, apesar dos protestos, “os comerciantes não são contra o encerramento das artérias centrais ao trânsito. Queremos é condições para que esse corte não comprometa o negócio”. E o que seria preciso para isso? “Antes de mais, estacionamento de vizinhança porque não podemos esperar que as pessoas estacionem o carro no Centro Comercial e depois venham às lojas do centro da cidade fazer compra”, responde. “Mas também queremos serviços no centro da cidade para trazer as pessoas até cá e isso é algo que não temos. Nem uma loja do cidadão temos”, acrescenta a dirigente associativa.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

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