A defesa do gestor austríaco Markus Braun, que foi presidente executivo (CEO) da alemã Wirecard entre 2002 e 2020, pediu em tribunal, em Munique, a suspensão do julgamento, no qual Braun é acusado de fraude, no quadro do colapso da empresa de serviços financeiros.
Segundo o “Financial Times”, o advogado Alfred Dierlamm apresentou esta segunda-feira um requerimento para suspender o julgamento, afirmando que os procuradores que fizeram a acusação a Markus Braun e outros ex-gestores não investigaram adequadamente, ignoraram provas relevantes e confiaram nos depoimentos de testemunhas que contaram “um conjunto de mentiras”.
De acordo com o mesmo jornal, o tribunal em Munique onde no final da semana passada começou o julgamento da Wirecard irá apreciar o requerimento da defesa de Braun apenas depois de ouvir os depoimentos iniciais dos outros dois gestores acusados neste processo, depoimentos previstos para esta segunda-feira, também.
Recorde-se que a Wirecard, que se tornou uma das mais promissoras tecnológicas de serviços financeiros (fintech, como também são conhecidas) na Alemanha, entrou em insolvência em junho de 2020, depois da revelação de que a empresa contabilizou ativos de 1,9 mil milhões de euros em contas na Ásia, apesar de esse dinheiro não existir.
Markus Braun, bem como o ex-diretor de contabilidade, Stephan von Erffa, e o gestor Oliver Bellenhaus, são acusados de fraude e manipulação de mercado, entre outros crimes.
A defesa de Braun, que está detido há mais de dois anos, alegou esta segunda-feira que as operações da Wirecard na Ásia existiram de facto, embora as receitas a elas associadas tenham sido desviadas da Wirecard sem o conhecimento do então presidente executivo.
Com o colapso da Wirecard, Jan Marsalek, um outro administrador da empresa fugiu da Alemanha. Marsalek, peça-chave na gestão da Wirecard e dos negócios na Ásia, ter-se-á refugiado na Rússia, segundo escreveu em abril o jornal “Bild”.
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