Economia

Portugal sobe dois lugares no ranking mundial do talento

Portugal sobe dois lugares no ranking mundial do talento
CHARLY TRIBALLEAU

A Suíça lidera e Portugal passa a ocupar a 24ª posição no ranking do instituto internacional IMD. “Investigação e desenvolvimento” e “preparação” são os dois critérios que explicam subida do país.

Portugal subiu dois lugares no Ranking Mundial de Talento do IMD World Competitiveness Center 2022 e ocupa agora a 24ª posição entre os 63 países em análise, anunciou. Na liderança das economias mais competitivas em talento a nível mundial aparece a Suíça, seguida da Suécia e Islândia.

De acordo com este ranking que tem como parceiro exclusivo em Portugal a Porto Business School, a subida de Portugal comparativamente a 2021 é explicada pelos fatores “Investimento & Desenvolvimento” e “Preparação”.

Depois de ter conquistado o seu melhor resultado em 2018, ano em que se posicionou no 17º lugar, Portugal foi perdendo terreno no que respeita ao Talento, mas consegue, agora, inverter a tendência de queda entre as economias mundiais num ranking elaborado com base nos fatores “Investimento & Desenvolvimento”, “Atratividade” e “Preparação”, explica a organização em comunicado.

No que respeita ao “I&D”, Portugal subiu três posições comparativamente a 2021 (do 25º para o 22º lugar), beneficiando do desempenho positivo dos critérios de rácio alunos/professor na educação primária e do rácio de alunos/professor na educação secundária.

O desafio de reter o talento

A participação feminina na força de trabalho (49,7%) surge, também, em destaque, enquanto a formação dos colaboradores aparece como principal fraqueza nacional com Portugal a situar-se no 61º do ranking .

No que respeita à “Preparação”, o país registou uma subida de seis posições (do 25º lugar para o 19º), pelo desempenho positivo do critério de competências linguísticas.

No fator "Atratividade, o país perde 10 lugares, para se posicionar na 40ª posição com base em critérios como a atração e retenção de talento, o índice de motivação dos colaboradores, a fuga de talento e a perceção de justiça.

Assim, “a atração e a retenção de talento, a motivação dos colaboradores e a fuga de talento devem merecer a atenção dos líderes e dos gestores das empresas”, afirma o dean da Porto Business School, Ramon O’Callaghan.

“Mais do que atrair talento, o desafio de Portugal é ser capaz de retê-lo. O salário e os benefícios são um fator importante na tomada de decisão dos profissionais, mas não o único”, acrescenta. E conclui: ”É importante apresentar e integrar os profissionais em projetos mais atrativos e investir na conversão e reconversão de talentos, através de investimento na formação e desenvolvimento das pessoas. É também importante desenhar modelos de trabalho que promovam a flexibilidade (que implica uma maior responsabilidade na gestão do trabalho) e um maior equilíbrio entre a vida profissional e pessoal”.

Europa lidera, mas Perú destaca-se

No ranking de 2022, as economias europeias continuam a fortalecer a sua posição de liderança, ocupando todas as posições do Top 10, tal como em 2021. Mas foi o Perú, na América Latina, a destacar-se como o país com maior crescimento, depois de um salto de 16 lugares (46º). A República Checa e da Arábia Saudita subiram oito posições, para a 29ª e a 30ª posição, respetivamente.

Quanto à Suíça, manteve o primeiro lugar há sete edições consecutivas, destacando-se pelo elevado grau de aprendizagem, força laboral estrangeira altamente qualificada, remuneração significativa de gestores e profissionais de serviços, bem como pela experiência internacional.

O IMD, responsável por este ranking, é uma instituição académica independente com raízes suíças, fundada há quase 75 anos por líderes empresariais e para líderes empresariais.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: mmcardoso@expresso.impresa.pt

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