Apesar do cenário de incerteza, em outubro, a taxa de desemprego em Portugal não sofreu alterações face ao mês anterior. A estimativa provisória do Instituto Nacional de Estatística (INE), conhecida esta quarta-feira, dá conta de uma taxa de desemprego de 6,1% no mês passado, valor idêntico ao registado em setembro e 0,2 pontos percentuais (p.p) inferior ao do mês homólogo de 2021.
A autoridade estatística nacional sinaliza que o número de desempregados em Portugal foi de 316,6 mil em outubro, recuando 0,7% (menos 2,2 mil pessoas) em relação a setembro deste ano e 3,5% (11,5 mil) relativamente a outubro do ano passado. Mas a população empregada também diminuiu na comparação em cadeia, ou seja, face ao mês anterior.
O INE contabilizou em outubro deste ano menos oito mil pessoas com trabalho (0,2%) do que em setembro deste ano. Ainda assim, destaca a nota do INE que acompanha os indicadores estatísticos, a população empregada continua com um saldo positivo de 36,2 mil pessoas (0,7%) face ao número registado no mês homólogo do ano passado.
Considerando estes dois universos - população empregada e população desempregada - chegámos ao indicador da população ativa, que, em outubro, terá recuado 0,2% face ao mês anterior, contabilizando menos 10,2 mil pessoas, resultado da diminuição verificada nestes dois indicadores. Ainda assim, na comparação com o mesmo mês de 2021, o universo da população ativa cresce em 24,7 mil pessoas (0,5%).
Outro fator a considerar no cálculo da taxa de desemprego é o da população inativa. Este universo aumentou em outubro 0,4%, contabilizando mais 10,4 mil pessoas do que no mês anterior - resultado, principalmente, do “acréscimo do número de inativos disponíveis, mas que não procuram emprego (7,6 mil; 6,4%)”, vinca o INE -, mas assim mantém-se abaixo dos valores registados em outubro do ano passado, contabilizando menos 48,9 mil inativos (menos 1,9%).
Fruto da conjugação destes indicadores, a taxa de desemprego ficou no mês passado em 6,1%, mantendo-se estável em relação a setembro deste ano e 0,2 p.p. abaixo dos 6,3% registados no ano passado.
Importa ainda olhar para outro indicador, o da subutilização do trabalho, que agrega também, além dos desempregados, as pessoas que o INE classifica como inativas por não procurarem ativamente emprego ou não estarem disponíveis no imediato para aceitar um posto de trabalho. Em outubro, estavam 609,3 mil pessoas nesta condição, número superior ao do mês anterior (6,5 mil; 1,1%) e inferior ao do período homólogo de 2021 (14,4 mil; 2,3%).
A taxa de subutilização do trabalho correspondente foi estimada pelo INE em 11,4%, valor superior ao do mês anterior (0,1 p.p.) e inferior (0,3 p.p.) ao do mês homólogo do ano passado.
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