Economia

Custo de nova interligação de eletricidade entre Espanha e França derrapa mais de 50%

Custo de nova interligação de eletricidade entre Espanha e França derrapa mais de 50%
Justin Sullivan/Getty Images

O projeto de interligação elétrica do golfo da Biscaia, ligando Espanha e França com um cabo submarino, deverá ter um custo total de 2,7 mil milhões de euros, de acordo com o jornal espanhol “Cinco Dias”

A nova interligação de eletricidade que ligará Espanha e França pelo golfo da Biscaia deverá ter um custo total de 2,7 mil milhões de euros, cerca de 50% a mais do que a projeção inicial para esta infraestrutura, de acordo com fontes do setor energético citadas pelo jornal espanhol “Cinco Dias”.

O disparo do preço prende-se sobretudo com o agravamento do custo dos materiais usados neste projeto, que terá uma extensão de quase 400 quilómetros, dos quais 13 em solo espanhol, 80 em território francês e 300 através de um cabo submarino.

A infraestrutura irá quase duplicar a capacidade de interligação de eletricidade entre Espanha e França, que está hoje nos 2800 megawatts (MW) e que passará para 5000 MW.

Este projeto arrancou em 2017 com uma empresa conjunta dos operadores da rede elétrica dos dois países, a REE (Espanha) e a RTE (França), sendo o investimento estimado inicialmente em 1750 milhões de euros. Dois anos depois, um redesenho do traçado do cabo submarino fez subir o orçamento da obra para 1950 milhões.

Agora, em função da subida do custo de materiais como o alumínio e o níquel, os promotores desta nova interligação já estão a contar com um encargo total da ordem dos 2,7 mil milhões de euros, segundo o “Cinco Dias”.

Esta interligação é um projeto visto como essencial para reduzir o isolamento da Península Ibérica, que há anos funciona quase como uma ilha energética, dado o fraco nível de interligação com o resto na Europa (quer na eletricidade, quer no gás natural).

Os chefes de Governo de Espanha, França e Portugal têm agendado um novo encontro a 9 de dezembro, em Alicante, Espanha, para discutir as interligações energéticas, em especial no que respeita ao gás natural, criando uma infraestrutura já preparada para o transporte futuro de hidrogénio verde.

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