Economia

"Os preços da energia subiram muitíssimo, mas é o mercado a funcionar", aponta presidente executivo da EDP

Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP.
Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDP.
Nuno Botelho

O presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, encara com naturalidade o disparo dos preços da energia, notando que são um sinal para consumirmos menos gás

O presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell de Andrade, considera natural o movimento de preço que tem existido nos mercados grossistas de eletricidade e gás natural. “Os preços da energia subiram muitíssimo, mas isso é o mercado a funcionar. O mercado está a mandar sinais de preço: consumam menos gás”, comentou o gestor esta terça-feira na conferência Portugal Energy, promovida em Lisboa pela Associação Portuguesa de Energia (APE).

O gestor da EDP reconhece que essa subida de preços “gera tensões sócio-económicas” e pressiona os consumidores mais vulneráveis, mas faz parte do funcionamento do mercado. Stilwell acredita que as renováveis poderão ajudar a contrariar essa tendência de alta dos preços energéticos.

“As renováveis são muito mais baratas que o gás e o carvão”, referiu Miguel Stilwell de Andrade durante a conferência, reiterando que o mundo devia estar a investir mais nas energias limpas. “Não estamos a investir mais em renováveis por dificuldades de licenciamento e de acesso à rede”, disse o presidente executivo da EDP.

Na conferência da APE, também o presidente da Galp, Andy Brown, chamou a atenção para as necessidades de investimento no setor da energia, recuperando uma ideia que diversos gestores da indústria petrolífera têm vindo a defender: os elevados preços dos combustíveis fósseis do último ano e meio espelham um défice de investimento neste setor ao longo dos últimos anos.

Miguel Stilwell de Andrade enfatizou a importância da aposta nas energias limpas, mas alertou para “um certo caos regulatório” que se vive na Europa. O gestor notou que em Portugal as coisas vão funcionando, mas apontou como caso negativo o mercado de Espanha, considerando que a fraca afluência de promotores de projetos ao mais recente leilão de energias renováveis é um sinal da desconfiança dos investidores.

“Somos otimistas relativamente às tendências estruturais da transição energétia, mas há desafios de curto prazo que temos que resolver”, disse ainda o presidente executivo da EDP.

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