O grupo Crédito Agrícola teve lucros até setembro de 98,3 milhões de euros, o que corresponde a uma queda de 27,3%. A variação face a igual período de 2021 foi “influenciada pelos resultados, não recorrentes", sobretudo “relacionados com ganhos líquidos com operações financeiras, no valor de 56,7 milhões de euros”, explica a instituição.
O grupo liderado por Licínio Pina atribui ainda esta queda aos "juros retroativos, referentes a 2020, no valor de 8 milhões de euros recebidos no primeiro trimestre de 2021 no âmbito do programa financeiro do BCE - TLTRO”.
Em comunicado enviado esta quinta-feira, o grupo sublinha o resultado alcançado “correspondente a uma rentabilidade de capitais próprios anualizada de 6,3% e para a qual concorreram os contributos positivos das principais componentes do Grupo (banca, seguros vida e não vida e gestão de ativos)”.
No negócio bancário do Crédito Agrícola, os lucros totalizaram 53,3 milhões de euros, o que correspondeu a uma queda de mais de 53,7%.
Na área dos seguros, os lucros ascenderam a 38,5 milhões de euros, o que representou uma subida exponencial de 318% face aos primeiros nove meses de 2021.
A carteira de crédito (bruto) a clientes do Grupo registou um crescimento homólogo de 2,2% para para 11,9 mil milhões de euros.
Já os recursos de clientes "sob a forma de depósitos
bancários ascendiam a aproximadamente 20,2 mil milhões de euros", o que refletiu um crescimento homólogo de 8,6%.
As imparidades e provisões “apresentam um reforço líquido de 23 milhões de euros”, o que “compara com uma reversão de 5,8 milhões de euros verificado nos primeiros nove meses de 2021, resultando, assim, num acréscimo de 28,8 milhões de euros face ao período homólogo”, lê-se no comunicado.
Para este aumento contribuiu “essencialmente, o acréscimo de 20,4 milhões de euros nas imparidades de crédito e pelo reforço de 4,5 milhões de euros de imparidades da carteira de títulos”. Acréscimos estes que, segundo o grupo, foram “apenas, parcialmente compensados pela rubrica de outras imparidades, que registou uma diminuição no montante de 1,2 milhões de euros”.
O rácio bruto de Non Performing Loans (NPL), ou seja crédito em incumprimento, continuou a melhorar, situando-se em 5,9% do total da carteira, que ascendia em setembro a 678,7 milhões de euros. Em igual período de 2021 o rácio bruto de NPL foi de 7,2%.
Segundo o presidente executivo do grupo, Licínio Pina “o Grupo CA tem vindo a merecer a confiança dos portugueses, demonstrado pelo crescimento no número de clientes particulares e empresas”.
No final dos primeiros nove meses de 2022, os rácios CET1 e de fundos próprios totais ascendiam a 18,1% (excluindo resultado líquido do período), o rácio de alavancagem era de 6,4%, o rácio de cobertura de liquidez (LCR) era de 494,3% e o rácio de financiamento estável (NSFR) atingia 162,0%.
Assine e junte-se ao novo fórum de comentários
Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes