Houve contagem decrescente, mensagem de Cristiano Ronaldo, e sessenta minutos de paisagens portuguesas nos principais ecrãs de Times Square. Portugal tomou os painéis da praça mais conhecida de Nova Iorque esta sexta-feira, numa iniciativa que durou uma hora e que marcou o arranque de um novo plano para promover o país no mercado norte-americano.
“Isto é melhor do que o fim do ano”, comentava Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, no cimo das famosas escadas vermelhas da praça - onde também a Passagem de Ano é celebrada. O chamado take over dos outdoors digitais de Times Square, incluindo o importante One Times Square (o edifício da famosa bola no topo), tinha começado há poucos segundos e o sentimento ainda era de emoção - depois de um primeiro momento centrado em Cristiano Ronaldo, que passa a figurar em cera no Museu Madam Tussauds.
Ainda falta mais de um mês para o novo ano, mas o Turismo de Portugal já está a prepará-lo e decidiu apostar em 24 paisagens para esta iniciativa, “com todas as regiões apresentadas durante o mesmo período de tempo”, garante Luís Araújo. O responsável pela autoridade turística nacional não esconde o desejo de repetir o sucesso dos vídeos da onda gigante da Nazaré, apresentada em 2018, mas isso não levou a equipa a optar pelo caminho mais fácil. Desta vez, a escolha recaiu sobre um trabalho visualmente menos impactante, mas que tem na diversidade e no sentimento de comunidade os seus maiores trunfos.
A vila medieval de Óbidos, a Ericeira, a aldeia de xisto de Cerdeira, a Serra da Estrela, o Porto (Casa da Música e Serralves), o Douro, Lisboa (MAAT, Arco da Rua Augusta e Miradouro Sta. Luzia), Sintra, o Algarve (Praia dos 3 Irmãos e Sete Vales Suspensos) e o Alentejo (Alqueva, enoturismo, Monsaraz e Comporta) são as zonas representadas em Portugal continental, às quais se juntam os Açores - com a Lagoa das Sete Cidades, o Salto do Cabrito, as Furnas e a Praia do Moinho - e a Madeira, com o Pico Ruivo, Pico do Arieiro e a Levada do Larano.
CHEGAR A 500 MILHÕES DE PESSOAS
Ao Expresso, Luís Araújo avançou que, com esta ação de promoção de Portugal nos Estados Unidos, se prevê um alcance de 500 milhões de pessoas em todo o mundo - algo que deve alavancar as vendas do turismo português em território norte-americano, numa altura em que este ganha um peso cada vez maior em Portugal.
Até setembro deste ano, assistiu-se a um crescimento do número de hóspedes (21,6%) e de dormidas (22,4%), face a 2019, que fizeram do mercado dos EUA o quarto principal emissor para Portugal e o quinto em termos de dormidas. Já no que diz respeito às receitas turísticas, o mercado registava no acumulado do ano (entre janeiro e setembro de 2022) um aumento de 48% face ao mesmo período do último ano pré-pandemia. Só em setembro, as receitas provenientes do mercado americano apresentaram um crescimento de +63,7% e é essa tendência que o Turismo de Portugal quer aproveitar, fomentando o aceleramento do crescimento deste mercado.
EM TODOS OS ECRÃS
Apelidada “Close to US” (aproveitando o duplo sentido “Perto de nós”/“Perto dos Estados Unidos”), a campanha que esta sexta-feira se iniciou ganha uma expressão reforçada nos próximos dias, com um grande foco no marketing digital. A ideia é promover Portugal “como destino inspirador e que sabe receber, demonstrando a posição geográfica privilegiada e a conectividade" entre a América do Norte e o país, destaca o Turismo de Portugal em comunicado enviado à imprensa.
Numa altura em que o número de norte-americanos em trânsito cresce - por conta do Dia de Ação de Graças no final do mês - e que há uma maior predisposição para a reserva de férias e viagens, Portugal estará presente numa rede de 3 mil outdoors digitais nos aeroportos com ligações diretas para Portugal. A campanha “Close to US”, tem um impacto esperado de 55 milhões de impressões, às quais acresce o impacto mediático e as visualizações de cerca de 12 milhões de utilizadores dos aeroportos JFK, La Guardia e Newark.
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