19 novembro 2022 9:19
Perda de poder dos sindicatos, contenção salarial no Estado e poder de mercado das empresas limita subidas salariais
19 novembro 2022 9:19
A inflação em Portugal está em níveis que não eram vistos há três décadas, o emprego atingiu no terceiro trimestre o nível mais elevado desde, pelo menos, 2011, e a taxa de desemprego manteve-se perto do valor mais baixo desde essa altura. Esta conjugação de variáveis deveria ditar uma forte subida dos salários. Contudo, os aumentos ficam muito aquém da escalada dos preços, garantindo perdas do poder de compra.
No último verão, a remuneração bruta média mensal em Portugal aumentou 4% em termos nominais face ao mesmo período de 2021. Mas em termos reais — considerando o impacto da inflação — caiu 4,7%. Pedro Martins, professor da Nova SBE, estima, a partir dos dados dos Quadros de Pessoal — que retratam a realidade das empresas —, que 2022 “vai ser o ano de maior quebra do salário médio desde, pelo menos, 1984”.