O mercado imobiliário português continuou com um “forte desempenho” no terceiro trimestre de 2022, segundo o estudo Market Pulse da consultora JLL, divulgado esta segunda-feira.
No ramo comercial (que inclui escritórios, retalho e outros segmentos não residenciais), no terceiro trimestre, foram transacionados imóveis no valor de 1100 milhões de euros, com um crescimento de 87% em termos homólogos.
O investimento neste trimestre correspondeu a mais de metade (57%) do total transacionado entre janeiro e setembro, que se fixou em 1920 milhões de euros, crescendo 43% face ao registado no mesmo período de 2021.
Assim, este ramo está a 100 milhões de euros de igualar o valor total do ano passado e espera-se que fique 25% acima do resultado de 2021 do investimento em imobiliário comercial em Portugal.
O mercado residencial também se mostrou “resiliente”, com os preços ainda a subir e as vendas estabilizadas, indica a nota da consultora. “A procura está ativa quer por parte dos nacionais quer dos internacionais, absorvendo rapidamente a oferta nova que vai chegando, patente no número crescente de unidades pré-reservadas no momento do lançamento dos projetos”, lê-se no comunicado.
No entanto, tendo em contra o cenário macroeconómico, “é expectável que possa vir a acontecer alguma retração natural neste mercado [residencial] quer em termos de absorção quer no que respeita a um ajustamento de preços, sendo que este último deverá ocorrer sobretudo em zonas secundárias e onde o produto é menos diferenciado”.
No caso dos escritórios, “a atividade ocupacional soma mais de 293.000 m² [metros quadrados] nos primeiros nove meses do ano, no conjunto de Lisboa e Porto”, sendo que, na capital, já foi superado o recorde de 2008, com os atuais 248 mil m².
O estudo refere a evolução do turismo, que tem superado os valores de 2019 pelo menos no verão e, graças a esta recuperação, o mercado do retalho “continua a fortalecer a sua atividade”, quer nos centros comerciais, quer no comércio de rua. “Retomando os seus planos de expansão, as marcas mostram-se focadas em garantir espaços nas principais localizações do mercado, enfrentando, contudo, alguns constrangimentos impostos pela escassez de oferta disponível”, indica a JLL.
Com esta retoma, há um otimismo quanto às vendas, “com destaque para os centros comerciais prime, retail parks e stand alones [lojas isoladas], que estão a registar uma performance positiva sustentada pela chegada da época festiva”.
Por fim, no mercado industrial e logístico, há uma falta de oferta e de qualidade, o que tem vindo a travar a possibilidade do crescimento deste ramo. Ainda assim, o mercado “soma 323.000 m²” ocupados. Só o terceiro trimestre contribuiu com cerca de 50% para a área total ocupada. Porém, a JLL destaca que ainda há procura por satisfazer.
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