Economia

Investimento em imobiliário comercial em Portugal atingiu 1100 milhões de euros no terceiro trimestre

Investimento em imobiliário comercial em Portugal atingiu 1100 milhões de euros no terceiro trimestre
João Carlos Santos

O mercado imobiliário continuou com um “forte desempenho” no terceiro trimestre. No ramo comercial foram transacionados 1100 milhões de euros, mais 87% do que no mesmo período do ano passado, segundo a consultora JLL

O mercado imobiliário português continuou com um “forte desempenho” no terceiro trimestre de 2022, segundo o estudo Market Pulse da consultora JLL, divulgado esta segunda-feira.

No ramo comercial (que inclui escritórios, retalho e outros segmentos não residenciais), no terceiro trimestre, foram transacionados imóveis no valor de 1100 milhões de euros, com um crescimento de 87% em termos homólogos.

O investimento neste trimestre correspondeu a mais de metade (57%) do total transacionado entre janeiro e setembro, que se fixou em 1920 milhões de euros, crescendo 43% face ao registado no mesmo período de 2021.

Assim, este ramo está a 100 milhões de euros de igualar o valor total do ano passado e espera-se que fique 25% acima do resultado de 2021 do investimento em imobiliário comercial em Portugal.

O mercado residencial também se mostrou “resiliente”, com os preços ainda a subir e as vendas estabilizadas, indica a nota da consultora. “A procura está ativa quer por parte dos nacionais quer dos internacionais, absorvendo rapidamente a oferta nova que vai chegando, patente no número crescente de unidades pré-reservadas no momento do lançamento dos projetos”, lê-se no comunicado.

No entanto, tendo em contra o cenário macroeconómico, “é expectável que possa vir a acontecer alguma retração natural neste mercado [residencial] quer em termos de absorção quer no que respeita a um ajustamento de preços, sendo que este último deverá ocorrer sobretudo em zonas secundárias e onde o produto é menos diferenciado”.

No caso dos escritórios, “a atividade ocupacional soma mais de 293.000 m² [metros quadrados] nos primeiros nove meses do ano, no conjunto de Lisboa e Porto”, sendo que, na capital, já foi superado o recorde de 2008, com os atuais 248 mil m².

O estudo refere a evolução do turismo, que tem superado os valores de 2019 pelo menos no verão e, graças a esta recuperação, o mercado do retalho “continua a fortalecer a sua atividade”, quer nos centros comerciais, quer no comércio de rua. “Retomando os seus planos de expansão, as marcas mostram-se focadas em garantir espaços nas principais localizações do mercado, enfrentando, contudo, alguns constrangimentos impostos pela escassez de oferta disponível”, indica a JLL.

Com esta retoma, há um otimismo quanto às vendas, “com destaque para os centros comerciais prime, retail parks e stand alones [lojas isoladas], que estão a registar uma performance positiva sustentada pela chegada da época festiva”.

Por fim, no mercado industrial e logístico, há uma falta de oferta e de qualidade, o que tem vindo a travar a possibilidade do crescimento deste ramo. Ainda assim, o mercado “soma 323.000 m²” ocupados. Só o terceiro trimestre contribuiu com cerca de 50% para a área total ocupada. Porém, a JLL destaca que ainda há procura por satisfazer.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt

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