O índice de custo do trabalho cresceu 4,1% no terceiro trimestre face ao período homólogo, com aumentos do custo médio por trabalhador em todas as atividades económicas, divulgou esta segunda-feira, 14 de novembro, o Instituto Nacional de Estatística (INE). Trata-se de uma subida mais ligeira face aos 5,9% registados no segundo trimestre.
As comparações trimestrais com 2021 ainda têm o efeito da inclusão nos dados salariais das medidas de apoio ao emprego, como o layoff simplificado, durante a pandemia.
“Embora na perspetiva da economia o ICT reflita o comportamento dos custos de trabalho por hora trabalhada, na perspetiva das empresas estes custos tendem a estar sobrestimados durante o período de vigência deste regime”, ressalva o INE.
Um exemplo desses efeitos-base está no índice de custo salarial e o índice de outros custos, por hora efetivamente trabalhada, que subiram ambos 4,1% no terceiro trimestre face a 5,7% e 6,4% no trimestre anterior, respetivamente.
“A evolução idêntica dos custos salariais e dos outros custos resultou da normalização do pagamento das contribuições patronais das empresas que, durante a pandemia de Covid-19, aderiram ao regime de layoff simplificado ou ao Apoio Extraordinário à Retoma Progressiva, ficando isentas do pagamento das contribuições patronais”, esclarece o INE.
“O pagamento das contribuições patronais foi retomado no segundo trimestre de 2021, tendo os outros custos registado um aumento mais acentuado em relação aos custos salariais nos segundo e terceiro trimestres de 2021 e primeiro e segundo trimestres de 2022”, acrescenta o INE.
O crescimento homólogo do índice deveu-se mais, no terceiro trimestre de 2022, ao aumento dos salários e de outros custos do que ao aumento do tempo de trabalho. “A evolução homóloga do ICT resultou do acréscimo de 4,6% no custo médio por trabalhador e do acréscimo de 0,5% no número de horas efetivamente trabalhadas por trabalhador”, detalha o INE.
Todas as atividades económicas registaram aumentos nos custos de trabalhador, com destaque para as variações positivas registadas na indústria (5%), construção (5,2%), e nos serviços (5,3%).
No que toca à Administração Pública, registou-se “um acréscimo menor, de 3,5%”, segundo o INE.
A autoridade estatística nota que “no trimestre anterior, todas as atividades económicas tinham registado acréscimos maiores do que os observados neste trimestre”.
No que toca às horas efetivamente trabalhadas por trabalhador, houve “acréscimos nos serviços (1,9%) e na construção (0,5%)", ao passo que "a indústria e a Administração Pública apresentaram decréscimos, de 0,7% e 0,4%, respetivamente”, acrescenta o INE.
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