10 novembro 2022 23:25
mathieu stern/unsplash
75% das 5387 insolvências e acordos de recuperação no primeiro semestre são de pessoas singulares. A manter-se o ritmo até final do ano, ‘falências’ podem aumentar pela primeira vez desde 2013. Especialistas antecipam agravamento da situação
10 novembro 2022 23:25
Os números das insolvências e dos planos de reestruturação de dívidas continuam muito longe dos níveis atingidos durante a crise, na última década, mas a primeira metade deste ano já começa a dar sinais de uma inversão da tendência. As insolvências decididas nos tribunais estão a aumentar, tal como está a subir o peso que os particulares têm nestes processos: foram responsáveis por 80% das insolvências e 75% de todos os acordos de insolvência e reestruturação de dívidas. Para os especialistas ouvidos pelo Expresso não há dúvidas de que o pior está para vir, e o conselho, válido tanto para pessoas singulares como para empresas, surge em uníssono: protejam-se antes que os credores lhes caiam em cima.
Por regra, pessoas e empresas evitam acionar planos de recuperação ou entrar em insolvência. “É completamente contrário à cultura portuguesa, temos o estigma da falência”, sublinham ao Expresso Paulo Valério, diretor da Associação Portuguesa de Direito de Insolvência e Recuperação (APDIR), David Sequeira Dinis, advogado e sócio da Uría, e Ângelo Dias, administrador judicial.