Economia

Portugal precisa de intensificar combate aos subornos internacionais, diz OCDE

Portugal precisa de intensificar combate aos subornos internacionais, diz OCDE
d.r.

Um relatório da OCDE indica que Portugal necessita de intensificar a aplicação da legislação de combate aos subornos no exterior, uma vez que tem havido um reduzido número de casos detetados pelas autoridades portuguesas

Portugal precisa “urgentemente” de intensificar a aplicação da lei contra os subornos internacionais, indica o grupo de trabalho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre suborno, que acabou de concluir a sua mais recente avaliação sobre o país.

Esta nova fase de avaliação explora “questões como a deteção, execução, responsabilidade empresarial e cooperação internacional, bem como questões não resolvidas de relatórios anteriores”.

Segundo um comunicado divulgado esta terça-feira pela OCDE, “desde que a Convenção Anti-Suborno da OCDE entrou em vigor há mais de 20 anos” que Portugal não teve uma única condenação por suborno no exterior.

“A deteção continua a ser baixa e as autoridades portuguesas encerraram prematuramente os casos de suborno estrangeiro sem investigar exaustiva e proativamente as alegações relevantes, tendo o número de casos encerrados aumentado significativamente”, lê-se na nota da organização.

A OCDE realça ainda que as autoridades portuguesas têm dado prioridade ao combate à corrupção, ao branqueamento de capitais e à fraude fiscal em território nacional, em detrimento do combate às práticas de suborno levadas a cabo por cidadãos ou empresas nacionais no exterior.

Por outro lado, o relatório da OCDE destaca a adoção da Estratégia Nacional Anti-Corrupção, o Regime Geral para a Prevenção da Corrupção, o estabelecimento do Mecanismo Nacional contra a Corrupção, e a promulgação de legislação sobre a proteção dos denunciantes.

O grupo de trabalho saúda estes e outros esforços, mas considera que o país não “abordou as preocupações de longa data relativamente ao seu quadro legal, e as sanções por suborno estrangeiro contra pessoas singulares e coletivas não parecem ser eficazes, proporcionadas ou dissuasivas”.

As recomendações

Posto isto, o grupo de trabalho da OCDE tem algumas recomendações que deveriam ser seguidas. Primeiro, “continuar os esforços de sensibilização e de formação sobre suborno estrangeiro entre todos os intervenientes relevantes dos setores público e privado”.

Também é necessário “abordar elementos-chave do quadro jurídico e a implementação na prática, particularmente em relação à responsabilidade das pessoas coletivas”, assim como melhorar a deteção desta prática-crime.

A OCDE diz ser também preciso “tomar medidas urgentes para assegurar que as autoridades [portuguesas] investigam exaustiva e proativamente as alegações de suborno estrangeiro” e procurar a cooperação de países estrangeiros, especialmente antes de decidir encerrar os casos.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: rrrosa@expresso.impresa.pt

Comentários

Assine e junte-se ao novo fórum de comentários

Conheça a opinião de outros assinantes do Expresso e as respostas dos nossos jornalistas. Exclusivo para assinantes

Já é Assinante?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate
+ Vistas